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Audiência do Ibama repudia empresa anti-ecológica

Linha Aberta

“A audiência pública organizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a Thotham Mineração Ltda. na noite de ontem se transformou em ato de repúdio contra a empresa que pode provocar um desastre ecológico no litoral do Espírito Santo. Um dos interessados no negócio é Eduardo Marinho Christoph, sobrinho-neto de Roberto Marinho, dono da Rede Globo. Mais de mil pessoas, entre as quais 150 índios Tupinikim e Guarani, compareceram à audiência para protestar contra a instalação do empreendimento que planeja extrair mais de 600 mil toneladas de algas calcárias do fundo do mar na localidade de Santa Cruz.

Em agosto do ano passado os Tupinikim e Guarani retomaram uma área de aproximadamente 50 hectares, dos quais 5 hectares (depois reduzido para 2,5 ha) haviam sido “”doados”” pela prefeitura de Aracruz para a Thotham. O local seria usado para secagem do material extraído do mar. Os índios sempre afirmaram que a área era indígena. A Funai iniciou os estudos antropológicos e em 4 de julho publicou o “”Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Caieiras Velhas II””, provando que os índios tinham razão. É o primeiro passo para a demarcação da terra.

A publicação do relatório pegou a Thotham de surpresa e tensionou o clima da audiência. Os índios, entretanto, não protestaram somente pela invasão da terra mas também por causa dos danos ambientais denunciados pelos ecologistas. A mineração marítima provocará uma alteração nociva no ecossistema marítimo da região com conseqüências para os pescadores do litoral. Sem argumentos que legitimassem a sua instalação, os diretores da Thotham foram obrigados a ouvir de todos os setores representativos do Estado o repúdio à instalação da empresa. “

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