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Excesso de alunos em sala de aula não combina com qualidade educacional

Excesso de alunos em sala de aula não combina com qualidade educacional
Por Verônica de Araújo Ozório
publicado em 04/01/2007 como www.partes.com.br/educacao/excessodealunos.asp

 

Verônica de Araújo Ozório é Graduada em letras – português inglês, curso de extensão em metodologia da língua inglesa, pós-graduação em psicopedagogia pela UCAM, Pós-graduação em dificuldades de aprendizagem pela UERJ, Palestrante e pesquisadora em dislexia pela UERJ e trabalha com projetos em Power Point como instrumentalização em aulas de inglês.
Contato:
gerberaflor@uol.com.br

Atualmente há uma busca na qualidade da área educacional, várias pessoas incluem nos seus discursos esta questão.

O Brasil está em uma campanha de se ter todas as crianças dentro da escola, mas não se pode esquecer, de que elas não devem estudar em unidades sem estrutura, são colocadas como”a toque de caixa”, não é assim que teremos qualidade educacional, tendo excesso de alunos em sala, dificultando a participação dos alunos, gerando atrasos no desenvolvimento escolar.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais(1998, página 21) afirmam que o processo de aprendizagem de uma língua estrangeira é muito difícil nas escolas públicas principalmente devido as classes superlotadas, posso acrescentar que é difícil para todas as outras disciplinas também.

Comenius expressou muito bem o sentido de ensinar nesta frase “A arte de ensinar é sublime pois destina-se a formar o homem, é uma ação do professor no aluno, tornando-o diferente do que era antes.”

Célestin Freinet disse:”Em se tratando apenas de instruir crianças, talvez se pudesse aceitar, em certos casos, que elas fossem muitas.”

Sabemos que hoje a escola não tem mais o papel de apenas instruir as crianças, vai muito além disso. A criança merece toda  atenção do professor e ele se sente perdido não tendo condições de utilizar as suas técnicas educacionais de forma satisfatória a fim de que possa assim ajudar os seus alunos no crescimento e desenvolvimento dentro do processo de ensino-aprendizagem.

A escola sofre a exigência de desenvolver o pensamento crítico, o professor deve ensinar o aluno a pensar, como este processo primordial da educação pode ocorrer em uma sala de aula que muitas vezes apresenta mais de quarenta alunos?! Como dar oportunidade a todos para se expressarem e ensinar aos alunos como transmitirem as suas ideias?!

Educação é um processo que pressupõe relação.      Se a turma é muito grande, como o professor pode ter esta relação em uma turma com excesso de alunos?!

Torna-se muito difícil para o professor atuar de forma satisfatória indo ao encontro dos anseios dos seus alunos, tirando as suas dúvidas e junto com eles encontrarem a solução.

Com excesso de alunos em sala de aula o professor não tem espaço para que ele possa dar uma atividade diferente, na qual os alunos possam se movimentar, a configuração espacial das salas de aula parecem um ônibus – todos os alunos sentados virados para o professor que dirige o ônibus. Esse tipo de arranjo espacial é estranho já que se busca uma educação de qualidade e o envolvimento diretamente dos alunos no processo da aprendizagem.

Quando o professor tem oportunidades para trabalhar com a turma em grupos ou em círculos os alunos têm a chance de participar muito mais, tendo um espaço de debate e desta forma o professor pode fazer uma avaliação real dos seus alunos. Sabemos que o aluno não é mais passivo, receptáculo das informações, ele é ativo aprendiz, construtor do seu conhecimento.

Excesso de alunos em sala não gera qualidade, pelo contrário gera um aprendizado ineficiente.

Não se pode deixar passar esta questão em branco, se realmente há um desejo de qualidade educacional na educação brasileira.

                                       Referências Bibliográficas

ELIAS, Marisa Del Cioppo. Célestin Freinet, Uma pedagogia de atividade e cooperação.5ª edição, Petrópolis, Vozes,1997.

Folha Dirigida, Rio de Janeiro, 18 de julho de 2002. Educação – O prazer de aprender

LOPES, Edson Pereira. O conceito de teologia e pedagogia da Didática Magna de Comenius.Editora Mackenzie, 2003

MEC.Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental:língua estrangeira.Brasília,1998.

OZÓRIO. Verônica de Araújo. Qualidade na área educacional: monografia de curso de pós graduação em dificuldade de Aprendizagem. UERJ. 2003.

Revista Nova Escola. São Paulo. Editora Abril. Janeiro/Fevereiro 2001.

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