Crônicas

C’est ma vie

C’est ma vie

Cristina Mello

publicado em 25/04/2008 como www.partes.com.br/cronicas/cestmavie.asp

Não sei se foi o curso de graduação depois da maturidade, as aulas monitoradas de filosofia da educação, as conversas com a irmã mais nova e o cunhado (astrônomo, advogado e louco), as caminhadas a beira mar ou o reencontro alegre de velhas amigas, que me tornaram mais reflexiva.
Já venho nessa onda de tirar proveito de tudo para ser alguém melhor. Nada de ficar só na teoria. Já dizia Saramago: “Há quem leve a vida inteira a ler sem nunca ter conseguido ir além da leitura, ficam apegados à página, não percebem que as palavras são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, se estão ali é para que possamos chegar à outra margem, a outra margem é que importa.”
Dialética, dialética, que fazes comigo!!!

Caminho na beira do mar, o mesmo local onde outrora corri muito para fugir das ondas geladas. A mesma guarita de nº 181 (número cabalístico certamente), mas não é mais o mesmo mar, a mesma pessoa e a mesma areia que se espraia junto ao vento.
Do mesmo modo, as amigas: três mulheres que aos 15 reuniam-se a noite para articular os encontros amorosos da adolescência, e que hoje, estão deitadas numa cama fofa falando dos distintos maridos e planejando a educação dos filhos. Lei do pensamento e do real, que se desenvolve através da tese, antítese e síntese. Hegel, Hegel!!!! Queres me enlouquecer!?!
Minha irmã diz: “O agora não é mais agora, já passou!” Você nem percebeu não é?
O sobrinho assisti ao vídeo que mostra a sua mãe aos 7 anos de idade, a mesma idade que ele tem hoje… Loucura total! Ele fica encantado. Como pode???
Registros do passado…
Se somos o que somos hoje, é porque tivemos um passado, bom ou mal, mas serviu certamente de alicerce para o nosso estado atual.

Recebo um e-mail de um amigo com um convite para um almoço, não foi uma carta como ele costumava mandar há quase 18 anos atrás, em seu conteúdo ele me revela que todo mundo mudou (inclusive o Lula!). E eu só pude concordar taciturna.
Aprendi na faculdade que o educador deve sempre respeitar a identidade do educando, independente do nível em que este se encontre. E a identidade dele vem de sua história de vida e da sua percepção de mundo, portanto respeito muito o passado. Seguidamente reviro o baú das lembranças para me certificar do quanto de progresso na escala evolutiva da vida eu adquiri. Fico feliz por perceber que apesar da miudeza (leia-se: estatura) os progressos foram elevados. Sou feliz por ser uma eterna aprendiz.
C’est ma vie!!!

 

Cristina Mello, calçou o velho All Star e saiu pelas ruas de Porto Alegre a pensar reflexivamente sobre a vida. Nos pés a sensação deliciosa de liberdade e na cabeça a certeza de que o melhor ainda está por vir!
Graduanda do curso de Pedagogia do IPA e Coordenadora de Disciplina do Colégio JoãoXXIII

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