Política Política e Cidadania

Goiás das Desigualdades

Luemir Santana

publicado em 02/06/2008

www.partes.com.br/politica/goiasdasdesigualdades.asp

Luemir Santana é de Goías

Goiás não teve este cuidado, tornando seu desenvolvimento não no todo, mas de forma desequilibrada, o Goiás do Sudoeste e Sul, não é o mesmo do Norte e Noroeste e assim sucessivamente. Talvez esta divisão em termo de progresso, esteja marcada também pelo limite das bacias hidrográficas, Araguaia Tocantins e bacia do Paraná, que mesmo de forma involuntária, serviu como fator de divisão para as prioridades em termos de desenvolvimento. Marcou ali através da divisão das águas, o modo como chegaríamos hoje em pleno século XXI, em que cidades tentam a todo custo, realizar sua infraestrutura básica, asfalto e saneamento, outras, tentam ampliar e melhorar a qualidade de vida, oportunizando mais emprego através de novas indústrias.

Seria isto culpa ou virtudes de seus gestores? Em sua grande maioria não, afinal eles passam quase todo o tempo, viajando dentro de carros com pires nas mãos em busca de algumas migalhas, e tendo em mente um único objetivo, tornar a vida de seus munícipes menos ruim, mas isso nem sempre se materializa.

Acredito que foi vendo estas angústias, estas disparidades que este veículo de comunicação, chamado “Diário da Manhã”, resolveu não somente trazer notícias , mas levar nossas notícias; o que temos, como vivemos, nossos potenciais e oportunidades oferecidas à empresas e empresários, às quais estão visíveis a qualquer um, sem a menor dificuldade.

Aqui não é somente um local por onde passa o Rio Araguaia, que nutre em suas praias e seus peixes o nosso maior cartão postal; que desperta amores, paixões e veneração, mas também, uma região de possibilidades mil.

O nosso rebanho bovino é tanto qualitativo como quantitativo, seguramente um dos maiores e melhores, então porque não agregar valores a esse produto aqui mesmo? É difícil entender o deslocamento de nossos filhos em busca de um curso superior de qualidade aceitável, e porque eles vão? É porque estamos desprovidos desta qualidade de ensino, é por isso que eles partem em busca de oportunidades melhores. E se vão deixando para traz desesperada suas famílias, pais, irmãos e outros parentes e que apreensivos ficam rezando e torcendo para que tudo dê realmente certo.

Então este veiculo de comunicação que recebe a nomenclatura de Diário da Manhã, resolve nos presentear com suas noticias sem rodeios, mostrando-nos de forma desnudada para todo o estado, dizendo aquilo que realmente somos, não só em nossas oportunidades, mas também retratando fielmente nossas mazelas mal resolvidas, quase todas, fruto de uma política de desenvolvimento equivocada.

Quero aqui, fazer coro com todos os moradores das regiões menos desenvolvidas deste estado dizendo: não se pode construir uma sociedade de forma desigual, com deveres para todos, mas oportunidades para poucos. Mas é preciso esclarecer, que essa forma de governar não é privilégio de Goiás, essa é uma cultura arraigada ao povo brasileiro desde o período colonial, basta ver, como se deu o desenvolvimento deste País, totalmente equivocado, e hoje, estampado mais do que nunca, através de suas enormes feridas sociais, com distorções e desigualdades imensas.

Existem momentos que brinco, dizendo que o nosso país poderia ser assim dividido: “Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz e Brasil”, na Ilha estariam aqueles que não têm problemas, andam rodeados de seguranças os filhos estudam na Europa e não conhece a palavra chamada crise, já na Terra, estão os emergentes, levantando muito cedo, pegando Ônibus lotado, estudando nas escolas públicas, fazendo contas e mais contas para fechar seu orçamento a cada final de mês, e no Brasil, há no Brasil! Estão aqueles que não têm salário, educação, segurança, saúde e nem moradia. Assim é também o nosso estado, cheio de desigualdades de privilégios em que alguns têm muito, outros quase nada.

Nunca se pensou Goiás respeitando dois princípios fundamentais: “igualdade e imparcialidade, então, este é o momento de buscar reparar distorções centenárias, oferecendo ao Norte e Noroeste oportunidades outras, já ofertadas com justiça ao Sudoeste e Sul. “A liberdade é a maior de todas as dádivas, mas só será possível quando cada um de nós compreendermos nossa responsabilidade em relação ao todo.” (Che Guevara).

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