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Tempo de alianças vigorosas

 

Luiz Gonzaga Bertelli (*)

 

Se o discurso de posse de Barack Obama não superou os de Abraham Lincoln (1861), John F. Kennedy (1961) e Franklin D. Roosevelt (1933), considerados os melhores da história norte-americana, seguramente trouxe uma mensagem positiva e realista, calcada numa macrovisão da realidade atual. No pronunciamento de quase 19 minutos, um trecho se aplica bem ao Brasil, especialmente no momento em que a crise econômica internacional alça os índices de desemprego a patamares preocupantes. Segundo Obama, os recursos mais aconselháveis para superar adversidades são alianças vigorosas e convicções duradouras.

Num exemplo de que a preciosa lição também é válida para universos mais restritos, naquele mesmo 20 de janeiro já estava sendo posta em prática por empresas, instituições de ensino e órgãos públicos parceiros do CIEE na estratégica missão de preparar os talentos do futuro. Naquele dia, seguindo a tendência ascendente, o CIEE registrou a expressiva marca de 1,5 mil vagas preenchidas em todo o Brasil. Esse recorde, somado aos resultados crescentes obtidos a partir do final do ano passado, demonstra que as empresas absorveram as mudanças recém-introduzidas na legislação do estágio e derruba as previsões pessimistas que cercaram a entrada em vigor da Lei 11788/08.

Como as novas normas foram aplicadas sem o desejável período de transição, a análise serena dos fatos indicava, como inevitável, a ocorrência de um período de acomodação, com natural impacto na oferta de vagas. Mas a importância que o estágio adquiriu, nos últimos anos, como instrumento de atração e preparação de novos profissionais sinalizava para uma breve retomada da contratação de estagiários. Em outras palavras, o CIEE confiou sempre em melhores tempos e na responsabilidade de seus parceiros para com os destinos da juventude. Crença confirmada pela maciça participação de empresas, órgãos públicos e escolas nos encontros promovidos pelo CIEE para debater, esclarecer pontos poucos claros e coletar contribuições para subsidiar a elaboração de orientações oficiais sobre a aplicação das novas normas de estágio. 

O Ministério do Trabalho e Emprego agiu prontamente e, no final do ano, lançou uma cartilha esclarecedora que removeu dúvidas que, até então, entravavam novas contratações de estudantes (a íntegra da cartilha pode ser consultada no site www.ciee.org.br). As empresas e órgãos públicos contratantes também já estão respondendo com agilidade, reaquecendo a promoção de programas de estágio.

E a crise da economia? Evidentemente, coloca as empresas numa posição de cautela, mas o CIEE vem detectando, entre seus parceiros, a crescente consciência de que, assim como começam, as crises acabam e as empresas que conseguirem preservar e prosseguir na capacitação de seu capital humano certamente sairão na frente quando ocorrer a retomada das atividades. Vale, ainda, lembrar – uma vez mais parafraseando o 44º presidente norte-americano – que, com as crises, nossos jovens estudantes não se tornam menos criativos, nem suas mentes menos inventivas ou diminui sua garra em busca da realização profissional.

 

 (*) Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, da Academia Paulista de História – APH e diretor da Fiesp.


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