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Se lixando para o lixo… (e a mãe, vai bem?)

O mar esconde mistérios, aonde muitas vezes estes mistérios chegam através de misteriosos navios, com seus ainda mais misteriosos containeres. Mas, ao abrir essas aparentemente inofensivas caixas de pandora, o que encontramos dentro desses cavalos de tróia forjados no mais sujo aço? LIXO.
Por esses dias noticiaram mais um caso de lixo enviado ao nosso quintal, vindo através pelo oceano diretamente de outro continente (desta vez de um vizinho alemão), que por não achar algum cantinho mais adequado dentro das fronteiras do seu quintal europeu (que lhe servisse de depósito de detritos), resolveu de um jeito bem promíscuo (para não dizer FDP) aqui largar o seu incômodo lixo.
Eles poderiam nos enviar flores, como política de boa vizinhança. Poderiam enviar pedras decoradas e escritas com mensagens de amizade (que provavelmente não entenderíamos por estarem escritas em alemão), ou até mesmo containeres cheios de cachorrinhos felpudos batizados de Lulu (algo tremendamente desumano com os pobres cãezinhos, e talvez por isso mesmo bem fácil de acontecer). Mas ao invés disto, nos enviaram o mais impuro resíduo puramente humano que o mundo industrializado pode gerar, ou seja, vinte e duas toneladas de lixo.
O ser humano tem uma capacidade infeliz de se livrar de seus problemas colocando eles no pátio dos outros. Cansamos de ver gente jogando seu lixo em terrenos baldios, em valos, em praças, etc. Muitas vezes na calada da noite, para que ninguém veja sua porquice e descaso com os demais semelhantes (se bem que pessoas assim têm mais semelhanças com porcos, apesar de que no caso dos porcos, a porquice é uma falta de opção).
Mas o problema não é apenas em nosso País. Lembro que ouvi algo a respeito de uma missão (de guerra ou de paz) em alguma outra parte deste nosso redondo orbe, onde os militares tentaram conscientizar as pessoas de lá a armazenarem seus resíduos e promover uma coleta de lixo, porque eles simplesmente largavam tudo em volta de suas moradas, mas a primeira coisa que as pessoas do povoado perguntaram, foi sobre o que ganhariam para fazer aquele “trabalho”.
Então chegamos a uma lei bem brasileira: a lei de Gérson. A lei de se levar vantagem em tudo. Sempre tem aqueles que pensam: “Meu animalzinho morreu… Pobrezinho, eu o amava tanto… Enterro ele? NÃO! Vou colocá-lo (se muito) em uma sacola e jogá-lo ao relento, de preferência em algum lugar longe de minha casa, para não sentir o cheiro de carniça podre”. Se alguém quiser que enterre ele depois, ou recolha-o e quem sabe, com sorte, jogue-o na frente da casa do ex-dono que se descartou de forma tão animal, de seu fiel amiguinho mortinho.
Sei que muitos não gostam de ouvir, ler, sentir o cheiro, ou mesmo imaginar qualquer coisa que se relacione com a política, mesmo que suas vidas sejam guiadas diretamente por este produto de cunho social (e mesmo assim eles nem se dêem conta disto). Mas já que estamos falando de lixo, nada mais justo que pensarmos em toda energia transformada em detritos que ocorre nesta época do ano eleitoral.
O lixo verbal, o lixo televisivo, o lixo tomando as ruas em forma de panfletos, em forma de banners, de cartazes colados em cada recanto pelo qual passamos. O lixo intragável da falácia, da mentira, da desonestidade (todo este lixo nada mais é do que um subproduto do luxo de vivermos em uma democracia). O lixo em que muitos transformam o seu direito de votar. E assim como o vôo da siriema vesga não altera o curso dos rios, vale a pena lembrar que para se sujar o corpo basta trabalhar no lixo, porém, para se sujar a alma, o jeito mais eficaz que existe ainda é entrar para o mundo da política.



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