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Madrugada Fria

Madrugada Fria

 

Gilda E. Kluppel

 

Parecia uma daquelas madrugadas frias

para vagar em pensamentos e pressentimentos

de uma noite que não preenche o dia.

 

E neste dia que não finda

ao arriscar dormir num leito quase feito

permanece a emoção despertada ainda.

 

Ainda despertada pelo medo da escuridão

as ideias rondam como fantasmas

e os sentidos estão em prontidão.

 

Em prontidão temendo o perigo

entre a realidade e a contrariedade

sonhando acordado com um seguro abrigo.

 

Um seguro abrigo aos sobressaltos da alma

para abrandar as eventuais dores

na tentativa de manter a calma.

 

Mas a calma demora para chegar

nem toda a quietude propicia o acalanto

longas horas necessito aguardar.

 

Aguardar por um novo porvir

nesta noite demorada e enluarada

sinto a suave vontade de partir.

 

Partir para o lugar onde por vezes habito

recolho qualquer papel sobre a mesa

mais um motivo para outro manuscrito.

 

Neste manuscrito encontro momentos de paz

logo se refaz o alvorecer do dia

quem dera a felicidade de ser capaz.

 

Capaz de expressar numa poesia

rompendo o frio da madrugada

                                                                                                as astúcias para escapar da melancolia

Gilda E. Kluppel é professora de Matemática do ensino médio em Curitiba/PR, Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná.

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