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Aula de Filosofia: Parmênides Por Leonardo Mendes Bezerra

Aula de Filosofia: Parmênides
Por Leonardo Mendes Bezerra

Introdução

Não se sabe ao certo, mas Parmênides nasceu em Eléia na Grécia. Até onde é sabido, ele não foi um seguidor, um colaborador de um mestre ou apenas um elaborador de um pré-pensamento, podendo ser considerado um homem inovador de pensamento avançado para sua época.

Sua doutrina foi mostrada num poema cujo titulo é “Da Natureza”, onde os sentidos para o filósofo eram considerados como enganadores e a multidão das coisas sensíveis eram dados como uma mera ilusão. Nesse poema foi atribuído  três pontos importantes do seu pensamento, estes eram chamados de ‘vias’ à pesquisa, que eram: verdade absoluta, opiniões falaciosas ou da falsidade absoluta e a outra era a opinião plausível.

Verdade absoluta

Este princípio baseia-se na verdade:  o ser é e não pode não ser e o não-ser não é e não pode ser de modo algum. Dessa forma, pode-se dizer que o ser deve ser afirmado e o não-ser deve ser negado e afirmar o não-ser ou negar o ser nada mais é do que a absoluta falsidade. O não-ser é o puro negativo e o ser é o puro positivo, ou seja, o não ser é puro negativo privado de qualquer elemento positivo e o ser é puro positivo absolutamente privado de negatividade.

O não-ser, por ser negado, é impensável, indizível, inexprimível e assume o papel de impossível. O ser por ser afirmado, é a única coisa que pode ser pensada, dizível e exprimível. O ser não tem passado, pois o passado faria com que tal ser não fosse mais e não tem futuro, porque o futuro é algo incerto e que acontecer. Isso afirma que o ser não seria ainda, pois se existe o ser, o não-ser não pode existir.

O ser é presente e eterno, sem inicio e sem fim. É indivisível, imutável e absolutamente imóvel. O ser é algo continuo composto de toda igualdade e a diferença implica o não-ser. O ser é composto de perfeição e é acabado e como tal não precisa de nada e permanece idêntico no idêntico. Deixando em vista que a única coisa que é eterna é o ser, pois as mudanças não passam de mera ilusão provocada pelas interferências do mundo em que o homem vive.

As opiniões falaciosas, a absoluta falsidade ou simplesmente o erro.

Simplesmente, a verdade absoluta ou a via da razão pode afirmar o ser e negar o não-ser. Os mortais em busca da verdade utilizam os sentidos que parece atesta o movimento, ou seja, a composição das coisas, ou seja, acreditava que para conhecer, é necessário conhecer o ser e conhecer o que é verdadeiro.  O erro da opinião humana tem consistência na adoção do não-ser ao lado do ser e na admissão da possibilidade da passagem de um ao outro. Isso se deve ao fato de que admitir o ser e junto o não-ser significa admitir o nada e o nada, para esse pensador, não é a afirmação e nem a negação do ser, portanto  Parmênides expressou: o nada não é e que  não pode ser conhecido nem expresso.

Parmênides defendia a tese que os sentidos atestavam o devir, o nascer e o morrer, do calor e do frio, do dinamismo e da estaticidade, portanto o ser unido com o não-ser daria todo o enraizamento do erro (opiniões falaciosas) pela admissão da simples probabilidade da coexistência e também da passagem de um (ser) para o outro (não ser) e vice-versa (do não-ser para o ser).

Opinião plausível dos fenômenos e a ‘doxa’ parmenidiana 

Neste patamar, esse Filosofo, afirma que reconhecia a possibilidade e a legitimidade do certo tipo de discurso que desse conta dos fenômenos e das aparências sem ir contra os princípios: o ser é e o não-ser não é.  Para isso foi buscado, a seu modo, dar conta dos fenômenos expondo a opinião plausível além da falaciosa.

Dizia que o erro dos indivíduos foi ter falado e concebido que, assim como o dia e a noite eram opostos, o ser e o não-ser também seguiria o mesmo raciocínio, porem foi observado no fragmento oitavo que as forças contrarias, pois tanto a luz quanto a escuridão são iguais, portanto são seres e não-seres.

Então para finalizar, para Parmênides, o erro dos humanos estão em não compreenderem que a força dos contrários estão incluídas numa força única superior, ou seja numa unidade necessária, que se denominava a unidade do ser, pois as forças opostas são igual e necessárias, pois em sua essência não carrega o nada e sim a igualdade de pertencer a força do ser.

Conclusão: para não finalizar…

            Parmênides teve uma grande importância nos estudos metafísicos devido as características encontradas em seu poema, foi também considerado o fundador da metafísica ocidental com a distinção do ser e do não-ser. Deixou uma forte base para todo o pensamento filosófico – cientifico da conceituação e da definição do ser e do não-ser. Portanto até hoje suas ideias ainda são questionadas a respeito do assunto abordado e do  vir-a-ser, que é a mera ilusão …

Referências bibliográficas

 

MONDIN, Batista. Introdução a Filosofia: problemas, sistemas autores e obras. São Paulo: Paulus, 1980.

MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo – História da filosofia greco-romana. 2ª edição. São Paulo: Mestre Jou. s/d

REALE, Giovani e ANTISERI, Dário. História da Filosofia I. 2ª edição. São Paulo: Paulus. 1990.

RUSSEL, Bertrand. História da Filosofia Ocidental. Primeiro Livro. 2ª edição. São Paulo: Companhia Editora Nacional. s/d.

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