Educação Educação Educação Inclusiva

As Tecnologias de Informação e Comunicação como Ferramenta de Ensino Aprendizagem de alunos com Necessidades Educacionais Especiais

As Tecnologias de Informação e Comunicação como Ferramenta de Ensino Aprendizagem de alunos com Necessidades Educacionais Especiais

 

Tatiany do Socorro Silva dos Santos*

 

Tatiany do Socorro Silva dos Santos – Professora da rede estadual do Amapá; Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP); Especialista em Gestão do Trabalho Pedagógico (UNINTER). Email: tati3x@hotmail.com.

Resumo: O desenvolvimento desse artigo pautou-se na importante relevância em estabelecer um paralelo entre a Tecnologia da Informação e Comunicação e a Inclusão, dentro de uma perspectiva de promoção de equidade, a partir do uso das TICs como ferramenta de ensino aprendizagem de alunos com Necessidades Educativas Especiais. Com isso, objetivou-se, analisar quais as contribuições que as tecnologias trazem aos alunos com NEE, partindo de pressupostos como qualidade de vida, participação e transformação de sua história educacional e social.

Palavras-chaves: Tic, NEE, Inclusão, Equidade

Abstract: The development of this article was based on the important relevance to establish a parallel between the Information and Communication Technology and Inclusion, within a perspective of promoting equity, from the use of Tic as a teaching tool learning of students with Special Educational Needs . With that aimed to analyze which contributions that technologies bring to SEN pupils , starting from assumptions as quality of life , participation and transformation of its educational and social history.

Keywords : Tic ; SEN; inclusion; equity

Introdução 

A inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE), assim como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), são acontecimentos, que vem transformando o quadro educacional de nosso país. Tanto a inclusão escolar, quanto a TIC, tem feito do processo ensino-aprendizagem, uma prática de inserção social, onde o ser humano torna-se capacitado para fazer não somente parte de uma sociedade, mas principalmente, ser atuante na construção de novos saberes.

O que versa as questões inclusivas na sociedade atual, é que a difusão do conhecimento, seja ele tecnológico ou educacional, torne-se simultaneamente para o bem-estar e aumento da qualidade de vida de todo e qualquer cidadão, independente de suas limitações. Sendo assim, aliar as potencialidades das TIC ao processo de aprendizagem de alunos com NEE, é possibilitar a partir de ferramentas metodológicas diferenciadas, uma equidade de oportunidades, em que, as escolas a utilizar-se deste recurso, estarão visando a sua formação integral.

Nesse sentindo, a inserção das Tic através das Tecnologias Assistivas re-significará o fazer pedagógico da escola como um todo, onde o que prevalecerá são as possibilidades de superação de barreiras, auto-estima e autonomia, como demonstração de que, mesmo com suas deficiências os alunos com NEE possuem habilidades e competências que transcendem suas limitações.

Histórico da Utilização das TIC na Educação

 

As fortes e constantes mudanças sociais que decorre a nossa história, sempre influenciaram os meios educacionais, reestruturando suas práticas e moldando o ensino aprendizagem ao longo dos séculos. Sendo assim, com o princípio da revolução industrial, mudanças históricas e culturais abrem espaços para novas formas de contribuição com o conhecimento, apresentando meios tecnológicos, que possibilitaram grandes avanços na educação.

Dentro dessa perspectiva que Leite, et al (2003), compreendem as tecnologias educacionais a partir de uma análise didática, onde a identifica como pertencente a dois grupos como: As tecnologias da informação e comunicação (TIC): o computador; a televisão; o vídeo; o rádio; a filmadora; a máquina fotográfica, entre outros. E as que correspondem as não informatizadas ou que dependem de recursos elétricos: quadro-negro; giz; jornal; livro; caderno; caneta, entre outros.

Mesmo diante da importância e da contribuição das tecnologias não informatizadas no processo de ensino aprendizagem, o foco principal será a demonstração da caminhada histórica das Tecnologias da informação e comunicação como ferramentas metodológicas que com passar dos anos, possibilitou um fazer pedagógico diferente e dinâmico.

A partir dessa definição, as Tecnologias educacionais adentram a escola e segundo Leigh (1998, citado por ALMEIDA; SILVA, 2010, p. 28), foi no ano de 1924, através de uma máquina para apresentar conteúdos, aplicar e corrigir teste de múltiplas escolhas, que, a máquina de Pressey adentrou na escola pela primeira vez com propósitos educacionais. Seu objetivo era ensinar, testar e avaliar, pois para Pressey as máquinas podiam melhorar a eficiência, respeitando o progresso individual do aluno de acordo com seu ritmo.

Já na década de 1940, a tecnologia que passou a fazer parte do currículo escolar, foi a “Audiovisual”, na universidade de Indiana em 1946. O uso dos meios audiovisuais como ferramenta formativa, possibilitou uma transversalidade, pois remetia o indivíduo à emoção e ao imaginário.

Com o andamento do processo evolutivo das tecnologias educacionais e dentro de uma segunda vertente de desenvolvimento, com fundamentos no ensino programado e como aprimoramento da máquina de Pressey, que, na década de 1950, o professor de Harvard, Skiner, propôs uma máquina para ensinar. Segundo Pons (1998), a partir dessa proposta, deu início ao uso da tecnologia educativa como área de estudo do Reino Unido.

Mesmo com os avanços, fortes críticas foram surgindo em relação à tecnologia educacional da época, pois tinha por objetivo somente a repetição e o condicionamento. Sendo assim, diante de novas propostas e a partir de análises feitas pela psicologia, que, a década 1960 foi marcada pelos grandes avanços no desenvolvimento dos meios de comunicação de massa, como o rádio e a televisão. Tais expectativas suscitaram caminhos de análises dos padrões de comunicação empregados, influenciando assim vários setores da sociedade, perpassando pelos costumes sociais, políticos, econômicos, marketing, informação, jornalístico e educacional (PONS, 1998).

Todo esse movimento evolutivo disseminou a inserção de novas tecnologias em âmbito educacional, ampliando as relações entre espaço e tempo, pois com o surgimento do computador e a internet o ensino aprendizagem ficou marcado por uma modelo social e educacional inovador, marcando a década de 70, a partir da inserção do ensino assistido por computador (EAC), enquanto que nos Estados Unidos, as experiências seguiam em torno da utilização do computador nas escolas somente como meio de demonstração da eficácia do mesmo.

Nessa mesma década, as tecnologias educacionais adentraram os espaços brasileiros, a partir de discussões em seminários com a comunidade científica, iniciando com experimentos pilotos, antes de uma ampliação massiva (ANDRADE; LIMA, 1993).

Posterior a muitas discussões e propostas e influências de experiências ocorridas nos E.U.A e França, que, o Ministério de Educação implantou o projeto EDUCOM primeiramente em cinco universidades públicas, com o propósito de promover a criação de centros pilotos para o desenvolvimento de pesquisas sobre o uso do computador no ensino aprendizagem, a formação de professores do magistério e produção de software educativo (ANDRADE, 1996).

Assim vários outros projetos foram surgindo, com o objetivo de ampliação da inserção da tecnologia nos meios escolares, dentre eles destacam-se o projeto FORMAR (1980) com o objetivo de capacitação de professores; o PRONINFE (1989), e tinha como objetivo desenvolver a informática educativa no Brasil, a partir de atividades e projetos articulados, fundamentados pedagogicamente, de maneira a assegurar a unidade política, técnica e científica.

Enquanto que, no ano de 1997, inicia-se o Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO), que traz em seu bojo, a inserção tecnológica de informática nas escolas públicas. Mesmo perpassando por diversas fases, o programa continua a fazer parte das escolas, ampliando a utilização do computador, como ferramenta pedagógica possibilitadora de práticas mais atuais e interessantes aos olhos dos educandos.

Assim, desponta a ascensão das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas escolas, criando-se novos ambientes de ensino aprendizagem. Para Levy (1999) o mundo da informática desencadeia grandes novidades na maneira de pensar e conviver, para tanto, é de grande importância o papel que as TIC vêm desempenhando, dentro de um conhecimento compartilhado e interativo. Com isso, a interação entre vários saberes, quebra barreiras e superam limites, viabilizando a todos os envolvidos grandes trocas de experiências e ampliação do conhecimento adquirido e repassado.

As Ferramentas de Ensino na Educação Inclusiva

 

A educação inclusiva como princípio da equidade, transformou todo o fazer pedagógico excludente, que era dispensado aos alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE). Essas modificações reestruturaram o modelo e a prática educacional dos anos 90, pois foram nesse período que a educação seguiu novos caminhos e tornou-se capaz de acolher sujeitos-alunos independentes das diferenças e respeitando suas limitações.

Tais prerrogativas afirmadas na citação abaixo apresentam definições de uma educação que prima pelo acesso e permanência desses alunos, com superações de barreiras e reestruturação do fazer pedagógico, dentro de um viés colaborativo, acrescentando que:

A educação inclusiva significa um novo modelo de escola em que é possível o acesso e a permanência de todos os alunos, e onde os mecanismos de seleção e discriminação, até então utilizados, são substituídos por procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem […] (GLAT, 2007, p. 17).

Diante da nova cultura escolar, as transformações pertinentes a nova política educacional, perpassam pela adequação curricular que garantem práticas metodológicas acessíveis e promissoras ao desenvolvimento pleno do aluno com NEE. Sendo assim, é preciso re-significação do espaço escolar, em prol de um ensino aprendizagem mais possibilitador, mais criativo e com melhores resultados.

A inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas regulares, mas a mudar as escolas para torná-las mais responsivas às necessidades de todas as crianças, diz respeito a ajudar todos os professores a aceitarem a responsabilidade quanto à aprendizagem de todas as crianças que estão atual e correntemente excluídas das escolas por qualquer razão. Isto se refere a todas as crianças que não estão beneficiando-se com a escolarização, e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo “necessidades educacionais especiais. (MITTLER, 2003, p. 16).

Com isso, as novas ferramentas metodológicas de ensino, devem favorecer esse aluno, inserindo mecanismos que viabilizem a execução de atividades, de maneira satisfatória, adequada e motivadora. Essas metodologias devem auxiliá-lo em sua autonomia, tornando-se um instrumento educacional que possibilite ao educando o desenvolvimento de tarefas que promovam a concentração, a assimilação. Resolução de problemas, exploração e a construção de conhecimentos.

Diante das consideráveis mudanças, as ferramentas metodológicas não poderiam permanecer tradicionalistas, pois não atenderiam as necessidades educativas desses alunos, comprometendo seu avanço intelectual. De acordo coma LDB em seu Art.59/I, a mesma determina que os sistemas de ensino devam assegurar aos educandos com NEE currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização especifica para atender suas necessidades.

Vale ressaltar que as ferramentas metodológicas de ensino, inseridas nas adaptações curriculares para esses alunos, não é proposta de diferenciação dos mesmos, mediante aos demais, mas, adequações às diversidades encontradas. De acordo com as Diretrizes Curriculares para a Educação Especial (MEC/SEEP), corrobora dizendo que:

[…] implica uma nova postura da escola comum, que propõe no projeto político pedagógico, no currículo, na metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educandos, ações que favoreçam a integração social e sua opção por práticas heterogêneas […] (BRASIL, 1998. P15).

Essas adaptações de acesso ao currículo suscitaram o surgimento de ferramentas pedagógicas que viabilizaram o acesso dos alunos com NEE, de forma igualitária, pois não há distinção de conteúdos e avaliações, e sim, adequações para que os mesmos tenham compreensão do lhe é proposto e que consequentemente se transforme em aprendizagem. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais / Adaptações Curriculares, tais prerrogativas:

Correspondem ao conjunto de modificações nos elementos físicos e materiais do ensino, bem como aos recursos pessoais do professor quanto ao seu preparo para trabalhar com os alunos. São definidas como alterações ou recursos espaciais, materiais ou de comunicação que venham a facilitar os alunos com necessidades educacionais especiais a desenvolver o currículo escolar (BRASIL, 1998, p. 44).

Dentro das prerrogativas de adaptações, inúmeras ferramentas foram sugeridas como meios de acesso ao currículo, para alunos com NEE, de acordo com suas especificidades. Dentre elas estão o Braille; Reglete; Tablado; Tabuleiros de comunicação; Softwares educativos, Periféricos adaptados, computador com sintetizador de voz, etc.

Observa-se que há uma diversidade de ferramentas que auxiliam os alunos com NEE nas escolas regulares e fora delas, todos com o intuito de maximizar suas potencialidades e minimizar suas limitações. Desse modo, essas medidas adaptativas, promovem maior eficácia educativa a partir de uma perspectiva de oportunidades e condições de acesso e permanência para todos.

O Uso das TIC na Inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais

Em detrimento da revolução sócio-econômica-tecnológica vivida no século XXI e a necessidade de práticas educativas que efetivassem de fato e de direito os alunos com NEE nas escolas regulares, que, relacionar Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e Inclusão, torna-se fundamental para a compreensão dos fatores que viabilizam, ambas, a caminharem juntas em prol de uma educação para todos. E, diante do conceito de inclusão definido pela Declaração de Salamanca (1994, p. 11), onde define que o ”Princípio fundamental da escola inclusiva é de que todas as crianças devem aprender juntos, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades e ou diferenças que elas possam ter”, as escolas passam a ter que garantir o acesso e permanência desses alunos.

Sendo assim, observa-se que diante dessa nova proposta de ensino aprendizagem, as escolas deveriam preparar-se para o recebimento dos alunos com NEE e dentre essas adaptações, verifica-se a necessidade de utilização de recursos que viabilizem a inserção desse aluno de forma a conduzi-lo a uma aprendizagem potencializadora de suas capacidades, com isso, o uso da Tecnologia Assistiva dentro das escolas que pretendem efetivar a inclusão, torna-se o princípio de equidade tão desejável pelos defensores da Inclusão.

Dentro das perspectivas supracitadas de acessibilidade aos alunos com NEE as TIC, vale ressaltar que sua utilização em meios escolares não se baseia somente em introduzir essas ferramentas, mas, assim como as demais, necessitam de adaptações para que seu uso se adéque as limitações que cada deficiência apresenta, pois é através das Tecnologias Assistivas que os alunos com NEE desfrutarão de todos os benefícios que as TIC podem oportunizar, pois elas objetivam “proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado e trabalho”.

E, compreendendo as TIC como marco educacional da época, assim como a Inclusão, permitiu-se estabelecer um paralelo de utilização da primeira como caminho de possibilidades para a segunda, pois, com a utilização de ferramentas metodológicas que auxiliem os alunos com NEE em seu desenvolvimento global, onde suas limitações, assim como, suas potencialidades possam ser respeitadas são princípios encontrados em experiências de inserção das TIC em atividades em sala de aula.

Dentro dessas prerrogativas, apresentar-se-á, a partir de uma análise documental, a experiência vivida por um aluno da rede Municipal de Ensino, situado em Santana no estado do Amapá. De acordo com informações recolhidas em relatórios fornecidos pela Escola Municipal Gentila Anselmo Nobre, no ano de 2008 a 2013 a mesma recebeu um aluno com Paralisia Cerebral Leve, tendo também um comprometimento da fala. Sua acessibilidade educacional e social tornou-se desafios para os professores da escola, pois até então não haviam recebido alunos com um comprometimento desse nível.

De acordo com as observações elencadas nos relatórios o avanço educacional se consolidou a partir das Adaptações de Acesso ao Computador e adaptações de postura sentada, o aluno progrediu não somente no processo de ensino aprendizagem, mas também em sua comunicação, pois com as ferramentas tecnológicas adaptativas, ele conseguiu ter acesso ao computador e alguns softwares educativos, contribuindo intensamente com sua autonomia e relação sócio educacional.

Diante as investigações, identificou-se que as adaptações eram utilizadas tanto no atendimento do AEE, como na sala regular. Com isso a reestruturação do fazer pedagógico dessa escola em busca das mudanças necessárias, possibilitou a esse aluno com NEE enfrentar sozinho, as adversidades apresentadas no dia-a-dia, onde, as ferramentas apresentadas minimizaram suas limitações, promovendo um acesso ao conhecimento e a condução de uma inserção social mais completa.

As adaptações observadas como auxiliadora a condução do aluno a aprendizagem e ao convívio social foram o Mouse Adaptado que tem como função o acesso aos softwares educativos, sendo fixado na sua cabeça; a cadeira postural para sua estabilidade durante suas atividades escolares e o Capacete com Ponteira onde possui uma haste que é fixada na cabeça para facilitar a digitação e/ou fazer atividades de comunicação e aprendizagem com o Plano Inclinado.

Com as Tecnologias Assistivas disponibilizada a esse com NEE, de acordo com sua deficiência, permitiu que seu processo evolutivo acontecesse de maneira apropriada de forma a suprir suas limitações, pois foi de grande ajuda a utilização dessas ferramentas específicas a sua necessidade. Sendo assim, essas tecnologias, o conduziu a interação entre o seu potencial e o ensino aprendizagem, despertando habilidades e competências antes não desenvolvidas, onde para Vygostsky (1994) acabou tornando-se possibilidade desse aluno relacionar-se, de entender e ser entendido, de comunicar-se com os demais, o impulsionando ao desenvolvimento humano.

O uso da TIC na Inclusão desse aluno com NEE contribuiu, segundo as definições da professora do AEE com vários fatores como a autonomia, a realização de tarefas, socialização, auto-estima, assim como, o ajudou na superação de barreiras de comunicação, oportunizando ao mesmo uma participação mais ativa em sala de aula. Segundo Becta (2003, citado por CAPITÃO, 2011, p. 59) com a existência de TIC adequadas em prol do desenvolvimento do potencial das pessoas com NEE, as mesmas podem se tornar a única oportunidade que estes têm em participar na sociedade. Para sua professora tanto do regular, quanto do AEE, as potencialidades dele começou a ser externadas quando elas passaram a ter os auxílios das Tecnologias Assistivas.

A reestruturação do fazer pedagógico dessa escola, em busca das mudanças necessárias para que esse aluno verdadeiramente se sentisse incluído, impulsionou sua inter-relação com os colegas, professores e demais funcionários. Ribeiro et al (2009, citado por FREITAS, 2012, p.51) corroboram ao definir as TIC como tecnologias específicas de apoio e resolução de problemas funcionais, onde define sua aplicabilidade com alunos com NEE de suma importância, pois tal ferramenta quando utilizada a serviço da superação de barreiras existentes ou encontradas por esses alunos, contribuirá para a aquisição de suas competências.

A utilização das TIC permite variadas respostas, pois permite que diferentes tipos de apresentação da informação, os diversos modos de expressão e de aprendizagem e diferentes formas de participação, em respostas à complexidade das facetas do ensino e aprendizagem (SANCHO; HERNÁNDEZ, 2006, p. 148).

Considerando tais afirmativas, as Tic, a partir das TA utilizadas com esse aluno realmente demonstraram a resposta a suas complexidades, como afirma a citação acima, pois, observou-se dentro das análises documentais feitas, que o aluno que a escola acolheu e aceitou o desafio de incluí-lo de fato e de direito, desenvolveu consideravelmente suas potencialidades, mesmo com as suas limitações suas limitações, garantindo atualmente seu ingressou no ensino Fundamental II.

Considerações Finais

 

As TICs dentro da sociedade atual tornaram-se propostas inovadoras e de possibilidades e estão conquistando espaços no meio social e educacional. Compreende-las como meios de superação de limitações apresentadas pelas condições físicas e/ou intelectuais, contribuiu com que a inclusão de alunos com NEE se tornasse fato, condição essa que não se via nas escolas, por conta das ferramentas metodológicas utilizadas.

Associar TIC e Inclusão, com certeza oportunizou a muitos educandos a inserção social e educacional tão desejada por pais e professores, encontrando nas TA caminhos de possibilidades para uma aprendizagem democrática, onde as oportunidades se concretizem, a partir de ações que garantam a equidade.

Entretanto, muitas barreiras precisam ser sobrepujadas, em prol de uma educação para todos e de todos. A experiência descrita aqui reforça a necessidade de políticas públicas dentro de escolas que ainda não possuem acesso a essas ferramentas. É preciso garantir aos alunos com NEE condições reais de inclusão e com isso, impulsioná-los a uma formação mais completa, onde ele possa agir e interagir com o conhecimento e as pessoas.

 Com isso, assim como os avanços tecnológicos se reinventam em sua evolução a escola também deve estar se reinventando, e, usufruir dos benefícios que eles fornecessem em busca de uma educação mais inclusiva, é respeitar os alunos com NEE em seus diretos e enxergá-los como pessoas capazes de exercer seu papel de cidadão de maneira crítica e participativa.

Referências

 

ALMEIDA, M. E. B; SILVA, M. G. M. O Cenário Atual do Uso de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação. Pesquisa Tic Educação, 2010, p. 452. Disponivel em: cetic.br/pesquisa/educacao/. Acesso em: 07 de fev. 2015.

ANDRADE, P. F. Organizar as agendas de trabalho, os materiais de apoio, os espaços de interação e as intervenções dos participantes. In: CONGRESSO DA REDE IBERO-AMERICANA DE INFORMÁTICA EDUCATIVA, 3. Anais… Barranquilha, Colômbia, 1996. Disponível em: www.niee.ufrgs.br/ribie98/cong_1996/congresso_html/43/43. Acesso em: 26 jan. 2006.

Andrade, P.F. & Lima, M.C.M.A. (1993). Projeto EDUCOM. Brasília: Ministério da Educação e Organização dos Estados Americanos.

 

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996.

______, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes curriculares nacionais para a Educação Especial. 1998. Disponível em: portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf. Acesso em: 20 de fev.2015.

______, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. – Brasília: MEC /SEF/SEESP, 1998. Disponivel em: portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha05.pdf . Acesso em: 20 jan.2015.

CAPITÂO, Suzana. O uso das TIC para a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais e suas famílias. Indagatio Didactica, vol. 3(2), junho 2011, p. 12. Disponível em: revistas.ua.pt/index.php/ID/article/viewFile/1030/962. Acesso em: 02 de fev.2015.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em: 4 jan. 2015.

FREITAS. S. As TIC e os alunos com NEE: A percepção dos professores de educação especial de Viseu, 2012. 112p. Tese (mestrado em Ciência da Educação). Universidade Católica de Portugal. Viseu. 2012. Disponivel em: repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/8722/1/As%20TIC%20e%20os%20alunos%20com%20NEE.pdf. Acesso em 15 fev. 2015.

GLAT, R. (Org.) Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2007.

LEITE, L. S. (Coord.). Tecnologia educacional: descubra suas possibilidades na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 2003.

 

LÉVY, Pierre. Cibercultura. 1. ed. São Paulo: Editora 34, 1999.

SANCHO. Juana Maria; HERNANDEZ, Fernando e colaboradores. [et al.]. Tecnologias para transformar a educação. Porto Alegre: Artmed, 2006.

PONS, Juan de Pablos. Visões e conceitos sobre a tecnologia educacional. In: Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: Artmed, 1994.

 

MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: Contextos Sociais. Editora: Artmed, São Paulo, 2003.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

Como citar este artigo:

SANTOS, Tatiany. As Tecnologias de Informação e Comunicação como Ferramenta de Ensino Aprendizagem de alunos com Necessidades Educacionais Especiais. P@rtes, São Paulo, março, 2015.

* Tatiany do Socorro Silva dos Santos – Professora da rede estadual do Amapá; Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP); Especialista em Gestão do Trabalho Pedagógico (UNINTER). Email: tati3x@hotmail.com.

 

 

 

 

 

Deixe um comentário