Igrejas Igrejas de São Paulo

Igreja de São Francisco

Nenhuma outra igreja paulista está tão intrinsecamente ligada à história intelectual do Brasil quanto a de São Francisco. Porque foi nas instalações do seu antigo

Lincoln Secco, membro do grupo de estudos D’O Capital, é autor desta série sobre as mais antigas igrejas da cidade de São Paulo, segundo Lincoln, os santos são muitos e há para todos os dias e os estudos da variação regional e histórica de suas devoções contribuiriam muito para se conhecer a história popular do Brasil.

convento que se aninhou o primeiro curso jurídico do país. Querem alguns cronistas que a história dos franciscanos em São Paulo do Campo remonte a 1583, quando foi assassinado, por um soldado espanhol, e nas imediações da Luz, um frei daquela santa Ordem. Mas é em 1647 que se ergueu a Igreja do Largo de São Francisco. Salvo reformas importantes, como em fins dos oitocentos (quando sofreu um incêndio), o templo persistiu, desafiando os séculos.
Nos primórdios, a Vila de São Paulo do Campo não possuía livros ou bibliotecas, salvo os raros exemplares que Alcantara Machado compulsou nos inventários e testamentos de antanho. Possuía, sim, os livros dos jesuítas que, ao serem expulsos, viram suas obras serem trasladadas às mãos do terceiro bispo de São Paulo, D. Manuel da Ressurreição (1772- 1789), proprietário, nos fins do século XVIII, de 1.548 volumes! Um luxo para a época (e talvez para os dias atuais, tão inimigos dos livros…). Essas obras foram incorporadas ao Convento de São Francisco (que chegou a contar 5 mil volumes, parte proveniente de doações do Bispo da Madeira). Foi na segunda metade do século XVIII que as reformas de Pombal impulsionaram, ainda que de maneira tímida, uma reforma intelectual nas partes do Brasil. Em 1767, o governador de São Paulo recomendava à Câmara “propusesse sujeitos de boas penas para mestre de meninos” (Cf. Carlos Rizzini, O livro, o jornal e a tipografia no Brasil, p.218). Professores quase não havia. Exceto um de gramática, a salário de 400$000 réis, e havia a nomeação de outros para lecionar “filosofia, retórica, ler e escrever”, informa-nos Marcellino Pereira Cleto (Dissertação a respeito da Capitania de São Paulo, sua decadencia e modo de restabelecel- a, 1782, p.41). No próprio convento já havia permissão real para funcionarem as cadeiras de hebraico, grego, filosofia, história eclesiástica e outras matérias teológicas. Para financiar a educação criou-se um imposto curioso: os “subsídios literários”, que incidiam sobre o açúcar e o café, e, como ocorre até hoje, nem sempre eram dirigidos à educação (Saint-Hilaire, Viagem à província de São Paulo, 1851, p.89).
Diria o historiador Caio Prado Jr. que, no alvorecer dos oitocentos, a Independência brasileira ensaiava-se, com a vinda da Corte ao Rio de janeiro (1808), a abertura dos portos “às nações amigas” e a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. Reformas de vulto implementaram-se, mesmo na área cultural. São Paulo também sentiria seus efeitos. Em 1816, dizia, sobre São Paulo, Aires de Casal (Corografia brasílica, 1817, p.110): “A salubridade do clima, a abundância, e barateza dos víveres fazem julgar que se lhe dará preferência para a premeditada fundação da Universidade, que lhe dará crescimento, lustre, comércio, e celebridade”. Vaticínios que se realizaram. Em 1827 foram criados os cursos jurídicos, em São Paulo e Olinda (depois Recife). Em 1828 a Faculdade de Direito de São Paulo entrou em funcionamento, apropriando-se de parte do Convento franciscano e de toda a sua biblioteca. Esta ainda foi ampliada com os 700 livros de seu primeiro diretor, o Tenente-General Arouche de Toledo Rendon. Para a tristeza dos freis pobres de São Francisco, sua biblioteca nunca foi devolvida. Os franciscanos também perderam o controle da Igreja por algum tempo, tendo depois recuperado. Atualmente, sua igreja é uma das mais freqüentadas do centro velho. Missas especiais ocorrem no dia das chagas de São Francisco (17 de setembro) e fiéis buscam benção também porque no convento morou, por algum tempo, o beato Frei Galvão. Já a festa de São Francisco dura uma semana inteirinha, antecedendo o dia da procissão, a 4 de outubro. Quermesse, missas e exibição de vídeos nos baixos do Convento. Há ainda a lojinha da entrada e do interior. Nos dias de Domingo o fraternal almoço, ao qual podem os amigos de Francisco comer em comunhão a um preço módico.

Endereço: Largo São Francisco , 173 ,

– 01005-010 – Centro – SP
Tel.: 3291-2400 – Fax: 3291-2419

 

Horários de Missas:
2ª feira: às 07:30h, às 08:30h, às 12:00h, às 18:00h e às 19:00h
3ª feira: às 07:30h, às 08:30h, às 09:30h, às 10:30h, às 12:00h, às 15:00h, às 18:00h e às 19:00h
4ª feira a 6ª feira: às 07:30h, às 08:30h, às 10:30h, às 12:00h, às 15:00h, às 18:00h e às 19:00h
Sábado: às 07:30h, às 08:30h, às 10:30h, às 12:00h, às 15:00h e às 18:00h
Domingo: às 07:30h, às 09:00h, às 10:30h, às 12:00h, às 17:00h e às 18:30h
Feriados: às 07:30h, às 12:00h e às 18:00h

Atendimento de Confissões:
Todos os dias: das 08:30h às 19:00h

Preparação para o Batismo:
2º e 4º sábado de cada mês: das 15:00h às 16:30h

Celebração do Batismo:
2º e 4º domingo de cada mês: às 10:00 h

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