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C.U (Cartão Único) e outras pérolas para pensar

Sempre que rola um novo assunto no ar, prepare-se para receber em textos, sem qualquer pretexto, novas pérolas para pensar.
Saiu na mídia: O jogador (e pós-adolescente recente) Neymar foi eleito o homem do ano, provavelmente com base em sua conta bancária, que é coisa de gente grande. O que não faltam agora são meninas atrás dele, sonhando em ser uma nova Sthefany em busca de seu pato encantado.
Desencontros da vida (financeira), o ano esta acabando e o salário já acabou, mas as dívidas continuam…
Enquanto isso no Rio de Janeiro a violência é tão grande que o troco agora está sendo dado sempre em balas. Foram chamados tantos reforços para conter a situação, que já tem até policial saindo pelo ladrão.
Falando em violência, lembrei de um áudio de humor que ouvi a algum tempo atrás do fabuloso Ary Toledo sobre um tal de documento unificador que seria implantado pelo governo. E como cada vez mais política e palhaçada andam de mãos dadas e fazendo tiriças ao som de tiriricas (a propósito, fica a pergunta: se votar no Tiririca é coisa de abestado, votar em Malufs, Collors e Sarneys, entre outros, é o quê? Coisa de abostado?). Achei que a ideia descrita no áudio seria uma boa saída para tanta burocracia, já que o referido documento substituiria todos os demais, tais como: CPF, Carteira de trabalho, passaporte e até cartões de crédito. Até onde lembro, o documento foi denominado como: “Cartão Único” (ou qualquer coisa assim), o inconveniente seria apenas a sua sigla: C.U.
Muitos achariam a ideia realmente interessante, visto que poderiam pegar seus vários documentos e colocar tudo no C.U. Outros já não gostariam tanto assim da ideia, pois teriam de ficar mostrando o C.U. para todo mundo. A tecnologia estaria presente neste novo tipo de identificação, e muitos criminosos seriam reconhecidos e presos, graças a um chip que seria introduzido em seu C.U.
Mas como eu dizia, com toda esta onda de violência que assola muitas regiões (atualmente com holofotes no RJ), onde o indivíduo pode ser abordado a qualquer momento sem aviso, penso que agora mais do que nunca, caso existisse tal documento, seria prudente a pessoa sair de casa sempre com o C.U. na mão. Como este Cartão Único teria a foto de seu usuário e funcionaria como carteira de habilitação, o motorista que tivesse a cara igual ao C.U. poderia seguir viagem tranqüilamente por aí.
Por ser cartão de crédito, também haveria riscos, pois, sem qualquer aviso, poderia aparecer um ladrão por trás de você gritando: “O C.U. OU A VIDA!”, e como ninguém quer morrer, seriamos obrigados a dar o C.U. aos marginais. Mas esta função de crédito ajudaria bastante nas idas ao shopping com a esposa para fazerem compras pelas lojas, sabendo que na hora de pagar a conta sua mulher diria toda sorridente ao vendedor: “coloque tudo no C.U. do meu marido, por favor.”. Em uma roda de amigos, nos barzinhos, você poderia usar seu crédito e dizer: “Garçom, hoje é por minha conta, pode botar o que quiserem no meu C.U.”.
Mas cuidado! Pois com o C.U. não se brinca. Avisos na imprensa orientariam sobre coisas do tipo: “Não dê o C.U. para estranhos”, informando que eles poderiam fazer um mau uso dele, e ninguém iria querer ter o seu C.U. sujo na praça, e o que é pior, na mão dos outros. Por outro lado quem tivesse um C.U. limpo e bem apresentável, poderia ter crédito ilimitado.
Depois de tudo isso que lhe falei, você consegue imaginar o poder que o seu C.U. teria? E tudo aquilo que você poderia conseguir através dele? O C.U. passaria a ter status social e viraria objeto de desejo. Pense nisso.
Enfim, para quem está aí pensando: “por que o texto começou de um jeito e seguiu por outro?”, eu explico: é que com tanta violência jorrando pela tela da televisão e em volta de nossas vidas, escancaradamente nestes últimos dias, o medo virou uma matéria-prima que invadiu nossos lares e almas, atormentando nossa passageira existência. Nessas horas onde é preciso saber quem é quem, um documento como este que citei faz falta, principalmente quando nos lembramos da frase: “quem tem C.U. tem medo…”

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