Socioambiental Turismo

TURISMO E MEIO AMBIENTE EM TERESINA: UMA BREVE ANÁLISE SOBRE O PARQUE AMBIENTAL ENCONTRO DOS RIOS

Francysco Renato Antunes Lopes*

Filipe Ribeiro Cardoso Porto**

Ermínia Medeiros Macedo***

Roberta Celestino Ferreira****

 

RESUMO

O Parque Ambiental Encontro dos Rios possui uma beleza natural simples, mas bastante peculiar. Sua criação aconteceu em 1996, pelo então prefeito Francisco Gerardo e desde então é uma referência quando se trata de pontos turísticos na cidade de Teresina. Este trabalho tem como objetivo principal destacar os principais elementos que compõem o citado parque, destacando seus pontos negativos e positivos, suas características e sugestões de melhorias para o futuro, sempre focando na sustentabilidade do mesmo.

 

Palavras-chaves: Meio Ambiente; Sustentabilidade; Turismo

 

ABSTRACT

 

O Encontro dos Rios Environmental Park has a simple beauty, but peculiar. Its creation was in 1996 by then-Mayor Francisco Gerardo and has since become a reference when it comes to sights in the city of Teresina. This work has as main objective to highlight the main elements that compose the park, pointing out its negative and positive points, their characteristics and suggestions for improvements for the future, always focusing on the sustainability of it.

 

Keywords: Environment; Sustainability; Tourism

 

INTRODUÇÃO

Localizado no Poti Velho, no lado esquerdo da foz do Rio Poti ao desaguar no Rio Parnaíba, o Parque Encontro dos Rios possui um centro de recepção ao turista, espaço para exposição e comercialização de produtos artesanais, monumento ao Cabeça-de-Cuia, algumas palhoças, dois mirantes, um restaurante flutuante, trilhas, áreas para pesca, esportes aquáticos e toda beleza natural da região. O aspecto natural da região, contemplado na sua beleza maior pelo encontro dos rios Parnaíba e Poti, é a causa do crescimento de uma procura maior das pessoas pelos ambientes naturais.

A utilização de ambientes naturais se tornou algo comum quando se trata da atividade turística. Segundo Sancho, 2001 apud Dias, 2007, p. 18:

 

“a busca de alternativas ao turismo tradicional tem levado à exploração de lugares novos, em muitos casos, com ecossistemas frágeis que correm o risco de uma rápida e irreversível degradação (…). Como um paradoxo, essa mudança de interesse pode voltar-se contra os espaços com um elevado valor ecológico.”

 

A importância de se preservar a área é essencial na sua sustentação. Como o parque é extremamente visitado pela população, sejam moradores da cidade ou turistas, a sua preservação deve ser ressaltada como um ponto muito importante. O objetivo deste trabalho é justamente descrever o parque através do olhar de acadêmicos do curso de Bacharelado em Turismo e do curso de Licenciatura em Geografia, utilizando conceitos aprendidos ao longo das disciplinas de Meio Ambiente. Essa descrição começou com uma visita ao Encontro dos Rios, onde pudemos observar e tentamos colher dados durante este procedimento. Segundo Dencker (1998):

“Fazer pesquisa é observar a realidade. Todos nós constantemente observamos para obter informações sobre o mundo. Muitos dados de que o pesquisador necessita podem ser obtidos pela observação direta das situações adequadas. A grande vantagem das técnicas de observação é o fato de permitirem o registro do comportamento no instante em que este ocorre.”

O local recebe um grande número de estudantes e visitantes, que são turistas de várias partes do mundo, como Itália, Alemanha, França, Japão e Estados Unidos. Na hora do almoço acontece o maior movimento no Encontro Dos Rios, justamente pelo cardápio servido, composto por comidas típicas e delicias do Estado do Piauí. A arte também é contemplada com a venda de artesanato nos quiosques que funcionam no local.

O Parque adquire um significado maior, pois não é apenas mais outra atração turística, mas também se dispõe para estudos e atividades ambientais educativas. A educação ambiental representa um papel importantíssimo no resgate da valorização da natureza, pois é uma forma de ação que promove a busca pela sustentabilidade, termo que será discutido posteriormente.

 

MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE: PRINCIPAIS CONCEITOS LIGADOS AO TURISMO

O turismo sustentável é aquele que atende as necessidades dos turistas, que satisfaz o visitante e a comunidade local, e ao mesmo tempo se preocupa com a preservação do local explorado e o seu melhoramento para o futuro. Paralelo ao crescimento da consciência ambiental, o turismo se desenvolveu de forma rápida com a intensiva utilização dos recursos naturais e sem uma preocupação com a preservação desses atrativos que formavam a base de apoio da atividade.

Com o aprofundamento sobre os estudos do meio e ambiente e do turismo, a partir de década de 80 o crescimento do movimento ambientalista começou a influenciar o setor turístico e as viagens que antes eram movidas pelo tradicional “sol e praia”, começaram a buscar novas alternativas. Em uma declaração conjunta sobre Turismo e Meio Ambiente da OMT (Organização Mundial do Turismo) e da Pnuma, em 1982, a associação entre as duas expressou a convicção de que o desenvolvimento das atividades de férias e tempo livre e uma saudável gestão do meio ambiente são dois elementos essenciais e interdependentes de um rico processo de desenvolvimento, do qual, em últimos termos, deve beneficiar-se o próprio homem. E a única forma de turismo aceitável é a que melhora, protege e salvaguarda o meio ambiente. Na declaração afirmam ainda que a satisfação das exigências para o desenvolvimento do turismo não pode ser prejudicial aos interesses sociais e econômicos da população, do meio ambiente e, sobretudo dos recursos naturais que são a atração fundamental do turismo.

O termo sustentabilidade tem permitido uma aglutinação em torno do desenvolvimento do turismo e seus efeitos ambientais, socioculturais e econômicos.  Para um destino turístico ser sustentável é preciso de esforços entre os vários atores do processo: comunidade local, turistas, governantes, empresários, operadores e etc, que buscarão integrar os recursos naturais e culturais num processo de planejamento que firme um desenvolvimento gradativo e permanente, diferente do tradicional que sacrifica o futuro e apenas privilegia ganhos econômicos e financeiros imediatos, associado e tecnologia prejudicial ao meio ambiente.

Com base no que foi falado sobre sustentabilidade e nos esforços de preservação nas áreas naturais, a seguir, faremos uma discussão sobre o Parque Encontro dos Rios e o seu enquadramento no conceito de área de proteção ambiental.

O PARQUE AMBIENTAL ENCONTRO DOS RIOS COMO ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL 

O Parque Encontro dos Rios configura as suas características como uma unidade de uso sustentável, ou seja, ele tem como objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais.

Dentro do grupo de unidades de uso sustentável, ele se caracteriza como Área de Proteção Ambiental e está acompanhado por outros tipos que são:

– Área de Proteção Ambiental (caso do parque citado no presente estudo);

– Área de relevante Interesse Ecológico;

– Floresta Nacional;

– Reserva Extrativista;

– Reserva de Fauna;

– Reserva de Desenvolvimento Sustentável;

– Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Esses tipos de unidades de conservação oferecem uma vasta diversidade ecológica e uma boa perspectiva para o desenvolvimento do turismo no Brasil. Cada uma possui atrativos únicos que poderão atrair apreciadores da natureza pelos próximos anos, desde que possuam condições de acomodação e atendimento adequadas às necessidades deste público.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Este trabalho se configura como um estudo introdutório sobre o Parque Encontro dos Rios e da sua importância para a sociedade piauiense. Procuramos evidenciar alguns trechos sobre a sua criação e um breve relato das suas características, associando a sustentabilidade e a sua importância, e também a sua configuração como unidade de uso sustentável.

Nas visitações pudemos analisas diversos pontos positivos e negativos, que serão retratados agora:

Pontos positivos: Boa estrutura de uma maneira geral, boa arborização, ambiente limpo e área de lazer agradável.

Pontos Negativos: Má divulgação do local, falta de sinalização, falta de segurança, falta de incentivos públicos, má estrutura na recepção, ausência de pessoas falando outros idiomas, inexistência de profissionais de turismo, falta de acostamento, grande necessidade de mais linhas de transporte público e má iluminação pela noite.

O Parque possui grande potencial para a prática do turismo sustentável, incluindo a população na sua conservação e promovendo retorno econômico a esta, ao mesmo tempo em que educa e satisfaz a busca pela contemplação e fuga da tensão urbana para os visitantes. Todas estas potencialidades não podem ser desperdiçadas devido aos problemas que o parque enfrenta e que são totalmente capazes de serem resolvidos com o apoio do poder público e da população, que deve valorizar este bem tão precioso para o turismo e o meio ambiente.

Referências:

Dencker, Ada de Freitas Maneti. Pesquisa em turismo: planejamento, métodos e técnicas / Ada de Freitas Manet Dencker. – São Paulo: Futura, 1998.

Dias, Reinaldo. Turismo Sustentável e Meio Ambiente / Reinaldo Dias – 1. ed. – 3. reimpr. – São Paulo : Atlas, 2007.

P922p. PERFIL DE TERESINA: Econômico, Social, Físico e Demográfico. Raimundo Leôncio Ferrar Fortes, coord. Teresina: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo – SEMDEC. 2010.

Ruschmann, Doris van de Meene. Turismo e planejamento sustentável: A proteção do meio ambiente / Doris van de Meene Ruschmann. – Campinas, SP : Papirus, 1997. – (Coleção Turismo).

 

* Estudante do 7º período do Curso de Bacharelado em Turismo, pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI, e 2º período do Curso de Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Piauí – UFPI.
**Estudante do 7º período do Curso de Licenciatura em Geografia, pela  Universidade Estadual do Piauí – UESPI, e 5º período do Curso de Bacharelado em Arqueologia e Conservação de Arte Rupestre, pela Universidade Federal do Piauí – UFPI.
*** Graduada em Turismo, pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Especialista em Planejamento e Gestão Organizacional, pela Universidade de Pernambuco – UPE; Planejamento e Gestão de Eventos Turismo e Hotelaria, pela Faculdade das Atividades Empresariais de Teresina – FAETE, e Mestranda em Turismo, pela Universidade de Brasília – UNB.
**** Graduada em Turismo, pela Faculdade Piauiense – FAP; Especialista em Turismo com Ênfase em Projetos Turísticos, pela Universidade Gama Filho – UGM; e Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente, pela Universidade Federal do Piauí – UFPI.

 

 

 

NOMES DOS AUTORES DO ARTIGO:

TURISMO E MEIO AMBIENTE EM TERESINA: UMA BREVE ANÁLISE SOBRE O PARQUE AMBIENTAL ENCONTRO DOS RIOS

 

Francysco Renato Antunes Lopes – Estudante do 7º período do Curso de Bacharelado em Turismo, pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI, e 2º período do Curso de Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Piauí – UFPI.
Filipe Ribeiro Cardoso Porto – Estudante do 7º período do Curso de Licenciatura em Geografia, pela  Universidade Estadual do Piauí – UESPI, e 5º período do Curso de Bacharelado em Arqueologia e Conservação de Arte Rupestre, pela Universidade Federal do Piauí – UFPI.
  Ermínia Medeiros Macedo – Graduada em Turismo, pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Especialista em Planejamento e Gestão Organizacional, pela Universidade de Pernambuco – UPE; Planejamento e Gestão de Eventos Turismo e Hotelaria, pela Faculdade das Atividades Empresariais de Teresina – FAETE, e Mestranda em Turismo, pela Universidade de Brasília – UNB.
Roberta Celestino Ferreira – Graduada em Turismo, pela Faculdade Piauiense – FAP; Especialista em Turismo com Ênfase em Projetos Turísticos, pela Universidade Gama Filho – UGM; e Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente, pela Universidade Federal do Piauí – UFPI.

 

 

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