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O uso das novas tecnologias em sala de aula

O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

Josivan Rodrigues Gomes[*]

Josivan Rodrigues Gomes – Graduado como Bacharel em Administração Geral, pela Faculdade Madre Tereza – FAMAT, acadêmico do curso de especialização em MBA em Administração Estratégica pela Estácio Macapá – SEAMA e acadêmico do curso de especialização em Mídias na Educação pela UNIFAP. Funcionário da Companhia de Eletricidade do Amapá-CEA desde 2007. e-mail: josivanrodrigues@gmail.com

Resumo: Este artigo trouxe como objetivo analisar o uso das tecnologias em sala de aula. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica a partir de livros, artigos, monografias, dentre outras fontes, abrangendo os últimos cinco anos. Diante disso, os resultados da pesquisa mostraram que o uso das novas tecnologias mudaram o cenário educacional brasileiro influenciando na estrutura física da escola, com a criação de ambientes de aprendizagem, como o Laboratório de Informática Educativa, além de pedagógica, que reflete-se na formação inicial e continuada dos professores.

Palavras-chave: Educação, Tecnologia, Ferramentas de ensino.

Abstract: This article aimed to analyze the use of technologies in the classroom. For this, a bibliographic research was carried out from books, articles, monographs, among other sources, covering the last five years. Therefore, the results of the research showed that the use of new technologies changed the Brazilian educational scenario influencing the physical structure of the school, with the creation of learning environments, such as the Educational Informatics Laboratory, as well as pedagogical, which is reflected in initial and continuing teacher training.

Keywords: Education. Technology. Teaching tools.

Introdução

Na atualidade vive-se um momento de intensa e rápida produção e disseminação tecnológica, que vem acompanhado de transformações em diversos âmbitos das atividades cotidianas das pessoas. Diante disso, pode-se dizer que as tecnologias trouxeram novos hábitos de consumo, bem como novas modalidades de lazer, além de novas áreas de atuação profissional, que acarretaram em novos comportamentos e modos de pensar e produzir conhecimentos, entre outras mudanças que se tornam possíveis a partir do advento das tecnologias.

Nessa ótica, o referido projeto traz como proposta de estudo – O uso das tecnologias na sala de aula –, considerando que o contexto educacional faz parte de um processo evolutivo do ser humano, pois envolve ensino e aprendizagem, onde, as tecnologias podem contribuir na formação escolar, preparando os alunos para serem inseridos no mercado de trabalho altamente competitivo, influenciado pela globalização.

É, nesse enfoque, que Souza e Souza (2010) afirmam que o impacto das transformações de nosso tempo obriga a sociedade, e mais especificamente os professores, a repensarem a escola, a repensarem a sua temporalidade, colocando as tecnologias como um divisor de águas, como um instrumento que potencializa todos os âmbitos da sociedade, principalmente o educacional, uma vez que, esses recursos integrados as práticas docentes podem influenciar de forma positiva na aprendizagem dos alunos.

Desse modo, é possível a busca de conhecimentos, possibilitando efetivamente acompanhar a sociedade do conhecimento, como também contribuir para maior interação do aluno com o mundo virtual, que coloca a prática docente como mediadora nesse processo, ficando entre os alunos e as tecnologias, potencializando o conhecimento do aluno, sua criatividade e, em maior dimensão, sua consciência, crítica, que para ser inserida adequadamente, requer de uma prática docente planejada de acordo com o uso das tecnologias.

O avanço das tecnologias no contexto educacional tem propiciado atividades intelectuais voltadas à nova realidade cultural, caracterizada pelo uso de diferentes linguagens presentes na sociedade, as quais, são elementos formadores do universo cultural dos educandos que dela fazem parte. As ações governamentais voltadas para a integração das tecnologias na prática docente, devem ser entendidas como estratégias de transformação da educação e adequação ao novo cenário cultural, científico, econômico e social, visando a formação de alunos críticos, autônomos e participativos, preparados para atuar num cenário globalizado.

No que se refere ao processo de integração das tecnologias no fazer pedagógico dos professores, de modo geral, observa-se que essa utilização é pontual, reafirmando a necessidade de estudos que possam contribuir com a formulação de alternativas para fomentar essa prática no âmbito da escola. É nesse embasamento que destaca-se a importância pessoal deste trabalho, por ter conhecimento da relevância das tecnologias na prática docente, de como essas tecnologias podem influenciar diretamente na formação dos alunos. Mas, que apenas alcançarão resultados favoráveis para uma educação de qualidade, quando toda a comunidade escolar trabalhar efetivamente, de forma coletiva e integrada.

Diante do exposto, o presente artigo traz como objetivo analisar o uso das tecnologias em sala de aula.

A aprendizagem dos alunos através do uso das tecnologias

A inclusão das tecnologias na aprendizagem dos alunos traz uma inovação para o processo educacional brasileiro, uma vez que influência no seu desenvolvimento do pensamento crítico criativo a partir de uma aprendizagem cooperativa, tornando possível a realização de atividades interativas.

Para Oliveira et al. (2015), as novas tecnologias proporcionam aos alunos uma construção de conhecimentos a partir da comunicabilidade e interações com um mundo de pluralidades, no qual não existe limitações geográficas, culturais e a troca de conhecimentos e experiências.

As novas tecnologias agem como molas propulsoras e recursos dinâmicos de educação, à proporção que quando bem empregadas pelos educadores e educandos proporcionam a intensificação e a melhoria das práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula e fora dela.

Na sociedade atual, Oliveira e Moura (2015) dizem que é preciso compreender que a ferramenta tecnológica não é ponto principal no processo de ensino e aprendizagem, mas um dispositivo que proporciona a mediação entre educador, educando e conhecimento. A partir disso, busca-se a superação do velho modelo pedagógico a partir da incorporação das novas tecnologias.

É necessário entender que a inclusão das tecnologias no ambiente escolar, depende primeiramente da formação do professor em uma perspectiva que procure desenvolver uma proposta que permita mudar o processo de ensino em algo dinâmico e desafiador com o apoio das tecnologias.

Segundo Pereira (2017), as novas tecnologias quando articuladas a uma prática formativa que leva em consideração os conhecimentos prévios dos alunos, associando aos conhecimentos escolares se tornam essenciais para a construção dos conhecimentos. Além disso, favorece aprendizagens e desenvolvimentos, oportunizando melhor domínio na área da comunicação possibilitando aos mesmos construírem e partilharem tais informações.

Para que as novas tecnologias façam parte da vida escolar é preciso que alunos e professores o usem de forma correta. Logo, um componente fundamental é a formação inicial e continuada de professores. A partir disso, estes podem desenvolver práticas de ensino inovadores, usando todo o potencial dessas tecnologias.

Oliveira e Moura (2015) ressaltam que a incorporação das novas tecnologias deve ajudar gestores, professores, alunos, pais e funcionários a mudar a escola em um lugar democrático, promovendo ações educativas que ultrapasse os limites da sala de aula, instigando o educando a ver o mundo muito além dos muros da escola, respeitando os pensamentos e princípios do outro. Nesse cenário, o professor deve ser capaz de reconhecer as várias formas de pensar e as curiosidades do aluno a partir dessas tecnologias.

Sabe-se que, o uso das novas tecnologias na educação implica em novas formas de comunicar, de pensar, ensinar/aprender, onde os professores devem usar esses recursos para auxiliar na integração dos conteúdos curriculares, que precisa ser explorado pelos alunos diante do uso dessas tecnologias pelos professores.

Vieira (2011) narra que existe duas possibilidades para se fazer uso das novas tecnologias no contexto escolar. A primeira é de que o professor deve fazer uso dessas tecnologias para ensinar os alunos e a segunda possibilidade é que o professor deve criar condições para que os alunos reproduzam seus pensamentos, reconstruindo através de novas linguagens, tomando atitudes desafiadoras com intuito de transformar as informações em conhecimentos práticos para a sua vida, pois o uso das novas tecnologias na sala de aula atuam:

Como auxiliar do processo de construção do conhecimento implica mudanças na escola que vão além da formação do professor. É necessário que todos os segmentos da escola – alunos, professores, administradores e comunidades de pais – estejam preparados e suportem as mudanças educacionais necessárias para a formação de um novo profissional. Nesse sentido, a informática é um dos elementos que deverão fazer parte da mudança, porém essa mudança é mais profunda do que simplesmente montar laboratórios de computadores na escola e formar professores para utilização dos mesmos (VIEIRA, 2011, p. 4).

A implantação dos laboratórios de informática nas escolas não é suficiente para que a educação alcance resultados favoráveis para a aprendizagem dos alunos. Mas, sim o uso das novas tecnologias em vários cenários pedagógicos existentes dentro do cenário educacional.

Pereira (2017), diz que atualmente o mundo tem a seu dispor muitas inovações tecnológicas para se usar em sala de aula, pautada na informação e no conhecimento, pois através desses meios tem-se a possibilidade virtual de ter acesso a todo tipo de informação independentemente do local em que se encontram e do momento. Diante disso, analisa-se que esse desenvolvimento tecnológico trouxe grandes benefícios em termos de avanço científico, educacional, comunicação, lazer, processamento de dados e conhecimento.

A aprendizagem intermediada pelas novas tecnologias provocaram e continuam provocando mudanças profundas no processo de produção do conhecimento, proporcionado aos alunos navegarem por diferentes espaços de informação, que influenciam diretamente na sua aprendizagem, bem como na sua postura, diante da construção do seu conhecimento.

Na escola, as novas tecnologias possibilitam a ampliação dos canais e meios de comunicação, conectando cada vez mais os alunos a novos ambientes de aprendizagem. Assim, essa realidade requer das escolas uma adequação tanto na sua estrutura física, como pedagógica, pois segundo Lorenzi e Pádua (2012, p. 37) “as tecnologias digitais estão introduzindo novos modos de comunicação, como a criação e o uso de imagens, de som, de animação e a combinação dessas modalidades”.

Diante disso, essa interação humana ocorre a partir de um misto cruzamento entre as variadas linguagens emergentes da cultura digital, resultando em ocorrências linguísticas cada vez mais híbrida, pois:

Diante das crescentes mudanças na sociedade atual, motivadas pela maneira como a informação passou a circular através das novas tecnologias, fica clara e iminente a necessidade de mudar a maneira de aprender e de ensinar em esfera escolar (AZZARI e LOPES, 2013, p. 207)

Logo, existe a necessidade haver transformações nas práticas docentes, para que o desempenho dos alunos alcance resultados melhores, pois professores atuantes, com práticas de ensino diversificado a partir das novas tecnologias, podem favorecer um ensino de qualidade, adequando o modelo convencional de aprendizagem.

Moran (2013, p. 1) diz que:

Quando insistimos em melhorar os processos sem mudar o modelo convencional, ele não nos serve para um mundo que exige pessoas muito mais competentes em lidar com a mudança, com a complexidade, com a convivência em projetos diferentes e com pessoas de culturas e formações diferentes. A escola padronizada, que ensina e avalia a todos de forma igual e exige resultados previsíveis, ignora que a sociedade do conhecimento é baseada em competências cognitivas, pessoais e sociais, que não se adquirem da forma convencional e que exigem proatividade, colaboração, personalização e visão empreendedora.

Apesar dos novos cenários educacionais tenham surgido, ainda encontram-se professores oriundos de um ensino estruturado nos moldes transmissivos. Para muitos desses, o fato de se usar as tecnologias em sala de aula já garante o desenvolvimento de ensino pautado na inovação.

No entanto, não é o simples acesso às tais ferramentas que pode trazer algum benefício ao aluno, mas sim o uso que se fizer delas, pois de acordo com Gomes (2011, p. 14), é preciso entender também que “as novas tecnologias não mudam os objetos, mas as nossas relações com eles”.

Para Moran (2015, p. 16), “com a Internet e a divulgação aberta de muitos cursos e materiais, podemos aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e com muitas pessoas diferentes”. Logo, percebe-se que a sala de aula precisa se adaptar à realidade vivida pelos alunos, fazendo necessário, integrar as novas tecnologias às práticas de aprendizagem escolar, proporcionando a integração “cada vez maior entre sala de aula e os Ambientes Virtuais de Aprendizagens, sendo fundamental para abrir a escola para o mundo e trazer o mundo para dentro da escola”, possibilitando a efetivação do ensino híbrido, como um modelo de ensino que promove a combinação entre o ensino online e as escolas tradicionais.

A utilização dos espaços virtuais para as práticas docentes apresenta-se como uma das possibilidades que o ensino híbrido, que de acordo com Moran e Bacichi (2015, p. 1) traz inovações para a aprendizagem dos alunos, pois:

A sala de aula se amplia, dilui, mistura com muitas outras salas e espaços físicos, digitais e virtuais, tornando possível que o mundo seja uma sala de aula, que qualquer lugar seja um lugar de ensinar e de aprender, que em qualquer tempo possamos aprender e ensinar, que todos possam ser aprendizes e mestres, simultaneamente, dependendo da situação, que cada um possa desenvolver seu ambiente pessoal de aprendizagem.

A educação híbrida precisa ser pensada no âmbito de modelos curriculares que propõem mudanças, privilegiando a aprendizagem ativa dos alunos – individualmente e em grupo, escolhendo-se fundamentalmente dois caminhos: um mais suave, de mudanças progressivas, e outro mais amplo, de mudanças profundas.

Percebe-se, portanto, que o ensino híbrido parte da perspectiva do ensino centrado no aluno, de forma integrada e ativa. As TDIC possibilitam configurar espaços de aprendizagem, nos quais o conhecimento é construído conjuntamente, porque permitem interatividade (SILVA; CLARO, 2007, p. 84).

As novas tecnologias visam a formação de alunos proativos, criativos, autônomos, críticos diante da diversidade de conhecimentos, que podem ser explorados na sala de aula, acarretando numa aprendizagem contextualizada com as mudanças incididas na contexto social e educacional.

Considerações Finais

Na contemporaneidade, a prática docente precisa buscar metodologias de ensino que possam estimular a aprendizagem dos alunos. Nesse cenário, as novas tecnologias apresentam como recursos didático-pedagógicos que podem potencializar as aulas dos professores a partir de vários recursos tecnológicos, tais como: computador, lousa digital, projetor multimídias, dentre outros, contribuindo para aulas mais dinâmicas e estimuladoras.

Sabe-se que o uso dessas tecnologias requerem uma mudança de postura dos professores, que precisam investir na sua formação continuada para poder manusear esses recursos com autonomia e de forma planejada, com objetivos preestabelecidos, para que assim, estes possam contribuir de forma significativa para o processo educacional.

Diante do exposto, pode-se dizer que o uso das novas tecnologias na sala de aula não é um processo fácil, por um lado ainda existem professores ainda não se adequaram a essas tecnologias, por outro, algumas escolas não oferecem esses recursos tecnológicos para diversificar as práticas de ensino dos professores, ou quando, oferecem não apresentam condições de uso.

Logo, a prática docente a partir do uso das novas tecnologias requerem de um planejamento estratégico que envolve gestores, coordenadoras pedagógicas, professores, alunos, enfim, toda a comunidade escolar para que de fato os resultados possam ser favoráveis para a aprendizagem dos alunos.

Referências

AZZARI, Eliane Fernandes; LOPES, Jezrrel Gabriel. Interatividade e Tecnologia. In: Rojo, Roxane. Escola Conectada: os multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola, 2013.

GOMES, Luiz Fernando. Hipertexto no cotidiano escolar. São Paulo: Cortez, 2011.

LORENZI, Gislaine Cristina Correr; PÁDUA, Tainá-Renkã Wanderley. Blog nos anos iniciais do fundamental I: a reconstrução de sentido de um clássico infantil. In: Rojo, Roxane; Moura, Eduardo. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola, 2012.

MORAN, José Manuel. TV e informática na educação. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, 2013.

_________. Gestão Inovadora da Escola com Tecnologias. Artigo do Módulo do Curso de Especialização em Tecnologias em Educação PUC Rio, Gestão e Integração das Tecnologias e Mídias na Educação, 2015.

MORAN, José Manuel; BACICHI, Lilian. Aprender e ensinar com foco na educação híbrida, 2015. Disponível em: <http://www.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/11551/aprender-e-ensinar-com-foco-na-educacao-hibrida.aspx> Acesso em 16 jan. 2018.

OLIVEIRA, Eloiza Silva Gomes; CARVALHO, Caio Abithol; SILVA, Fabiana Triani Barbosa; RODRIGUES, Gabriel Moura Souza Miranda. Formação docente para o uso das tecnologias digitais: novos saberes do professor. Resumos Expandidos do VI Seminário Mídias & Educação do Colégio Pedro II: “Dispositivos Móveis e Educação” Número 1, 2015.

OLIVEIRA, Claudio; MOURA, Samuel Pedrosa. TICs na educação: A utilização das tecnologias da informação e comunicação na aprendizagem do aluno, 2015. Disponível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/viewFile/11019/8864> Acesso em: 20 jan. de 2018.

SILVA, Marco; CLARO, Tatiana. A docência online e a pedagogia da transmissão. B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 33, n.2, maio/ago. 2007.

SOUZA, Isabel Maria Amorin; SOUZA, Luciana Virginia Amorim. O uso da tecnologia como facilitadora da aprendizagem do aluno na escola. Itabaiana: GEPIADDE, Ano 4, Volume 8, 2010.

VIEIRA, Rosangela Souza. O papel das tecnologias da informação e comunicação na educação: um estudo sobre a percepção do professor/aluno. Formoso-BA: Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), 2011.

 

 

[*] Graduado como Bacharel em Administração Geral, pela Faculdade Madre Tereza – FAMAT, acadêmico do curso de especialização em MBA em Administração Estratégica pela Estácio Macapá – SEAMA e acadêmico do curso de especialização em Mídias na Educação pela UNIFAP. Funcionário da Companhia de Eletricidade do Amapá-CEA desde 2007. e-mail: josivanrodrigues@gmail.com

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