Educação Educação Educação Inclusiva

O aluno surdo e o processo de inclusão

 

O ALUNO SURDO E O PROCESSO DE INCLUSÃO

 

Jefferson Aristiano Vargas*

 

Jefferson Aristiano Vargas, Mestre em Educação pela UDS, especialista em LIBRAS: Educação Especial e Educação de Surdos, Gestão Escolar: Orientação e Supervisão Escolar, Gestão e docência do ensino superior, e-mail: jeffersonaristiano@hotmail.com2

Resumo: Este trabalho busca investigar e analisar o processo de inclusão de alunos surdos na rede regular de ensino. Identificar se as necessidades particulares desses alunos estão sendo respeitadas, e se o ensino é adaptado ao cognitivo do aluno surdo, se acontece o processo de interação com os educadores e com os demais colegas e se estão tendo atendimento adequado. Para isso, realizamos um estudo de caso em uma escola pública estadual para verificar a interação de uma aluna surda com os demais alunos, professores e acesso ao conhecimento.

Palavras–chave:Inclusão, Surdo, Rede regular, Ensino.

 

Abstract: This paper seeks to investigate and analyze the process of inclusion of deaf students in regular education network. Identify whether the particular needs of these students are being respected, and if the teaching is adapted to the learner’s cognitive deaf if happens the process of interaction with the teachers and with other colleagues and if adequate care are having. For this, we performed a case study in a public school to verify the interaction of a deaf student with other students, teachers and access to knowledge.

Keywords: Inclusion. Deaf. Regular network. Teaching.

Introdução

O tema a ser abordado nesse trabalho é a educação inclusiva do aluno surdo na rede regular de ensino. O objetivo da nossa pesquisa é investigar como vem sendo realizada no processo educacional dos discentes que possuem surdez, tendo em vistas que lhes é garantido pela legislação vigente o direito de frequentar a sala de aula da rede regular de ensino fundamental, oferecendo-lhes todos os meios necessários para que obtenham êxito e ultrapasse os empecilhos apresentados ao longo do processo educacional e, portanto, desempenhar sua cidadania, de acordo com a legislação do nosso país. Dessa forma, instituir ao surdo o mesmo direito a educação dos alunos ouvintes.

Material e Métodos

Dividimos esta pesquisa em três partes. A primeira aponta um levantamento histórico da inclusão. A segunda faz alusão à inserção do aluno surdo na rede regular de ensino traz uma abordagem sobre como a escola deve se preparar para receber o aluno com surdez e a terceira foi realizada uma pesquisa de campo por meio de um questionário entregue aos professores da rede regular de ensino que possuem alunos surdos inseridos em sua sala, professora da sala de recurso, aluna surda, família do aluno com surdez, professora da sala de recurso e gestora da instituição com a finalidade de verificar como esta inclusão está ocorrendo na prática e no contexto escolar.

Resultados e Discussão

A deficiência configura-se em um profundo problema social a ser enfrentado pela humanidade. Há muitas pessoas que acreditam ser suficiente assegurar aos deficientes um contexto seguro e decente para viver, oportunizar-lhes exercer uma ocupação que respeite seus limites e permitir-lhes que vivenciem momentos de lazer adequados a eles.

Com o passar dos anos e analisando todo o processo histórico é possível verificar evolução ocorrida na forma de encarar a problemática da inclusão. O deficiente passou a ser visto não como alguém que deve passar por internações e vigilâncias, mas acompanhar todo seu processo de desenvolvimento de todo conjunto de possibilidades que apresentam no grupo em que estão inseridos. Foi então que veio A Declaração de Salamanca que foi criada pelo conjunto de 88 governos e 25 organizações internacionais com o princípio de demandar que os Estados assegurem que a educação de pessoas com deficiências seja parte integrante do sistema educacional. Ela pressupõe um envolvimento dos governos, grupos de advocacia, comunidades e pais e, em particular de organizações de pessoas com deficiências, na busca pela melhoria no acesso à educação para a maioria daqueles cujas necessidades ainda se encontram desprovidas; e reconhecendo como evidência para tal envolvimento a participação ativa do alto nível de representantes e de vários governos, agências especializadas e organizações inter-governamentais.

Conforme Sêneca (1986):

Cada sociedade tem, em cada momento histórico, determinadas necessidades e alguns valores sociais (contexto social) em função dos quais se estabelece o que é adequado socialmente e o que se revela inadequado (diferença), alguns encarregados (especialistas) que estabelecem a forma de distinguir (critérios de seleção) os sujeitos (diferentes), o qualificativo com que deverão ser reconhecidos (terminologia), a função que devem desempenhar na sociedade (papel social) e o procedimento a ser adotado em relação a eles (tratamento). Sêneca (1986, p. 13):

A história da educação de surdos iniciou-se com a criação do Instituto de Surdos-Mudos, hoje é o atual Instituto Nacional de Educação de surdos (I.N.E.S.). Fundado em 26 de setembro de 1857, pelo professor surdo francês Ernet Hwet, que veio ao Brasil a convite do Imperador D. Pedro II para trabalhar na educação e surdos. No início, eram educados por linguagem escrita, articulada e falada, datilogia e sinais. A disciplina “Leitura sobre os Lábios” estaria voltada apenas para os que apresentassem aptidões e a desenvolver a linguagem oral. Assim se deu o primeiro contato com a Língua de Sinais Francesa trazida por Hwet e a língua dos sinais utilizada pelos alunos

Em 1857, foi fundada a primeira escola para surdos no Brasil, o Instituto dos Surdos-Mudos, hoje, Instituto Nacional da Educação de Surdos (INES). Foi a partir deste instituto que surgiu, da mistura da Língua de Sinais Francesa, trazida por Huet, com a língua de sinais brasileira antiga, já usada pelos surdos das várias regiões do Brasil, a Língua Brasileira de Sinais.

Hoje, há escolas aqui no Brasil que, mesmo ainda sem uma proposta bilíngue, têm se tornado fator de integração da cultura surda brasileira porque as crianças, jovens e adultos se comunicam em Libras, e muitos professores destas escolas já sabem ou estão aprendendo esta língua com instrutores surdos.

Já o Decreto Federal Nº 5.626 estabelece que as instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior (Art. 14).

Vale lembrar que, para garantir o atendimento educacional especializado, as instituições de ensino devem promover cursos de formação de professores. Ofertar, obrigatoriamente desde a educação infantil, o ensino de LIBRAS e também da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos. Oferecer atendimento especializado aos alunos surdos com o professor de libras ou instrutor, tradutor e intérprete de Libras – Língua Portuguesa, professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas e professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade lingüística manifestada pelos alunos surdos.

Ainda no Decreto Federal Nº 5.626, inciso IV, é garantido o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos nas salas de aula e, também, em salas de recursos, em turno contrário ao da escolarização. Já o inciso V, estabelece que inclusive por meio da oferta de cursos, haja a difusão de Libras entre professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares.

Sendo assim, mesmo com o amparo das leis ainda é preciso lutar, participar das políticas comunitárias dentro das escolas, das clínicas, dos órgãos públicos buscando mudanças as políticas educacionais. A lei fala preferencialmente e não exclusivamente, dificultando um pouco o acesso dos surdos na educação, o que, faz com que muitas vezes os profissionais da área de educação não saber com0 lidar e ter medo de enfrentar o desafio.

Sendo assim, é necessário considerar a afirmação de Sassaki (1997, p. 150), que declara que “é preciso rever toda a legislação pertinente à deficiência, levando em conta a constante transformação social e a evolução dos conhecimentos sobre a pessoa deficiente” para que o processo de inclusão aconteça, de fato e para que seja possível identificar se as necessidades particulares desses alunos estão sendo respeitadas, e se o ensino é adaptado ao cognitivo do aluno surdo, se acontece o processo de interação com os educadores e com os demais colegas e se estão tendo atendimento adequado.

Segundo Silva (2003, p.32), a integração escolar tem como objetivo inserir o aluno com deficiência na escola regular, porém, essa escola permanece organizada da mesma forma e é o aluno que foi inserido que deverá adaptar-se a ela. No entanto, no sistema de ensino inclusivo é a escola que se reorganiza para atender a especificidade de cada aluno. Sendo assim, o foco da integração é o aluno com deficiência e o foco da inclusão é o sistema de ensino que tem que oferecer um ensino de qualidade a todos.

Em muitas “escolas inclusivas” da rede regular de ensino, a atual inclusão dos alunos surdos se faz por intermédio de um intérprete. Este tem por função traduzir, para a língua de sinais, o que professor está falando. Neste sentido, o professor continua explicando o conteúdo para os alunos ouvintes e espera que o intérprete faça o seu trabalho para que os alunos surdos sejam incluídos.

Para o aluno surdo, é fundamental a presença de um intérprete de libras para mediar a comunicação em sala de aula. No entanto, não é possível incluir o aluno surdo em uma sala de aula regular apenas com a presença do intérprete. Para que o processo de inclusão seja consolidado, deve-se criar um ambiente favorável, no qual, o aluno surdo possa desenvolver suas potencialidades.

Para que o aluno surdo construa o seu conhecimento em uma sala de aula inclusiva, ele deve ser estimulado a pensar e raciocinar, assim como os alunos ouvintes. Portanto, o professor deve desenvolver estratégias pedagógicas que despertem o interesse do aluno surdo. No entanto, em muitas escolas, o ensino é transmitido pelos professores numa perspectiva tradicional, sem levar em consideração as necessidades especiais do aluno surdo. Com isso, este aluno não desenvolve uma aprendizagem significativa.

Com o intuito de analisar como está ocorrendo o processo de inclusão de alunos surdos na escola regular, foi realizado uma pesquisa em uma escola pública da Rede Estadual de Ensino, localizada no município de Colorado do Oeste, estado de Rondônia. O método escolhido foi entrevista, observação e análise do projeto político pedagógico e regimento interno.

Na instituição de Ensino, foi realizada uma entrevista com os professores. E o primeiro questionamento direcionado foi “O Senhor é sinalizador da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS? Das respostas obtidas, 100% dos professores entrevistados disseram não ser sinalizadores da LIBRAS.

A gestora da instituição da qual foi feita a pesquisa, afirmou não ser sinalizadora da LIBRAS, pois ainda não teve oportunidade de participar de capacitação. A mesma afirmou que se comunica com a aluna surda, através do intermédio dos colegas de sala. Ressaltou que os demais funcionários da escola mantém comunicação com a aluna por meio de gestos, alguns por meio da LIBRAS e ainda há aqueles que por meio de colegas que realizam o papel de intérprete.

No Decreto Federal Nº 5.626, inciso V, estabelece que inclusive por meio da oferta de cursos, haja a difusão de Libras entre professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares.

Quando indagada se o Projeto Político da escola foi elaborado de forma que atenda as necessidades educativas especiais dos alunos surdos, a gestora respondeu que sim, pois são desenvolvidos e contam no PPP (Projeto Político Pedagógico) vários projetos de inclusão dos alunos surdos.

A gestora afirmou que a escola possui uma professora intérprete que desenvolve atividades voltadas a dar apoio às atividades do professor. Enfatizou ainda que a aluna recebe atendimento em sala de recurso, com uma professora especialista em “Educação Especial: LIBRAS e Educação de Surdos”, onde a mesma trabalha com aulas práticas de LIBRAS e com atividades que auxiliam o processo de ensino-aprendizagem.

No Decreto Federal Nº 5.626, fica evidente que as instituições de ensino devem oferecer atendimento especializado aos alunos surdos com o professor de Libras ou instrutor de Libras, tradutor e intérprete de Libras – Língua Portuguesa, garante ainda que para haver o atendimento educacional especializado, as instituições de ensino devem promover cursos de formação de professores, ofertar o ensino de Libras e também da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos e professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade linguística manifestada pelos alunos surdos. Garantindo o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos nas salas de aula e, também, em salas de recursos, em turno contrário ao da escolarização.

Quando questionada se a escola desenvolve atividades e projetos que favoreçam a interação do aluno surdo com os colegas e com os demais funcionários da escola, a mesma respondeu que sim, quando há interesse do aluno e da família, os mesmos participam dos projetos desenvolvidos na escola, com acompanhamento da intérprete”.

Quanto ao processo de avaliação da educanda, a gestora afirmou que a avaliação é elaborada pelo professor da disciplina e aplicada/traduzida pela professora de LIBRAS.

A gestora ainda afirmou que a família, especialmente a mãe é muito presente na vida escolar da filha, fato que auxilia a escola no desenvolvimento da aluna, pois ela leva até eles, os anseios e expectativas da filha em relação à escola.

Sendo assim, observa-se um grande empenho da gestão da escola no sentido de incluir a aluna surda, porém é sabido que falta muitas melhorias a serem feitos no interior e exterior da escola para que esta inclusão ocorra na sua integridade.

Para melhor fundamentação sobre o assunto da inclusão de alunos surdos na rede regular de ensino, visitamos a família de uma aluna surda matriculada na escola pesquisada e realizamos alguns questionamentos a sua família para verificar qual a opinião da mesma sobre como está ocorrendo este processo, a família relatou não serem sinalizadores da LIBRAS, e que se comunicam com a filha através de sinais e leitura labial, disseram acreditar que sua filha esta tendo atendimento adequado, e que a escola tem realizado projetos e atividades para melhorar o desempenho da menina. Afirmaram ainda que buscam participar da vida escolar da filha, participando e dando sugestões para melhoria do desenvolvimento da mesma.

A professora entrevistada é especialista em “Educação Especial: LIBRAS e Educação de Surdos. A mesma afirmou que a aluna surda tem acesso a duas línguas, sendo elas a LIBRAS e a Língua Portuguesa e ainda uma terceira, Inglês. Porém não é ofertado a essa educanda o acesso ao sistema próprio de escrita o Signwirinting (escrita de sinais).

A professora afirmou que a aluna recebe atendimento em sala de recurso, sendo que esta funciona com o uso da tecnologia, pesquisas, uso de CDs, vídeos, jogos educacionais, atividades digitadas etc.

Na entrevista com a aluna surda, foi questionado se a mesma é sinalizadora da Libras e se domina a Língua Portuguesa, a resposta obtida foi que está aprendendo as duas línguas, porém ainda não domina nenhuma delas.

A aluna entrevistada disse ter dificuldades em se comunicar com os colegas, professores e demais funcionários da escola, pelo fato dos mesmos não saberem a Língua de Sinais e por terem dificuldades em se comunicar em forma de sinais ou gestos.

A mesma ressalta a dificuldade encontrada em sala, devido aos professores não terem capacitação e conhecimento acerca da cultura surda, singularidade linguística dos surdos e da Libras, e por não ter a presença do intérprete em sala, dificultando seu processo de aprendizagem e sua inserção no contexto escolar.

Considerando as respostas obtidas, verificamos que há a necessidade de repensar o suporte pedagógico que está sendo oferecido a aluna, haja vista que é direito da mesma ter o acompanhamento sistemático de um intérprete e pelos dados obtidos, por mais que há a figura deste profissional na escola, o mesmo não realiza todas as atividades com a aluna.

Na oportunidade, fizemos uma observação dos documentos da escola a fim de verificar se os mesmos contemplam a educação especial em seu texto. O Projeto Político Pedagógico (2012) conceitua:

Por Educação especial entende-se um processo educacional definido por proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, para complementar e suplementar, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educativas especiais, nos níveis e modalidades de ensinos oferecidos na escola. (Projeto Político Pedagógico, 2012).

Neste sentido verifica-se uma preocupação da escola em atender aos alunos especiais. No documento, não há a inclusão especificamente para o aluno surdo, mas fala da deficiência de um modo geral, o que já é um fator positivo.

E o outro documento fornecido pela gestora para ser analisado foi o Regimento Interno que também prevê ações inclusivas. De acordo com o Regimento Interno (2012):

[…] um processo educacional definido por proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, para complementar e suplementar, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educativas especiais, nos níveis e modalidades de ensinos oferecidos na escola. (Regimento Interno, 2012).

Conclusões

Quando falamos na inclusão de surdos, ressaltamos a importância na presença de outros elementos que irá cercear esse processo. Além do profissional tradutor/intérprete de língua de sinais também todo o envolvimento da comunidade acadêmica com a causa. Para isso, a escola e o corpo docente necessitam estar abertos para a proposta provocando uma desconstrução e a quebra de velhos paradigmas construídos historicamente.

No entanto, vale ressaltar que não é só necessária a inovação educacional, mas o estímulo entre alunos, professor e família, para a construção do conhecimento. Pois se sabe que cada criança aprende com a família e com a sociedade a qual pertence. Cada grupo familiar tem seu código, sua maneira própria de viver. É preciso ter paciência, acreditar que todos são capazes. Esperar que a Educação Inclusiva seja olhada com mais carinho, pois cada um aprende dentro do seu limite e com muita vontade de poder participar do processo ensino aprendizagem, como um ser humano cheio de qualidades e vontade de aprender.

 

Literatura citada

BRASIL, Lei, nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprovada o Plano Nacional de Educação e da outra providência. Diário Oficial da União. Brasileira, 10 jan. 2001.

______, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília: Mec/SEESP.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão. Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1991.

SÊNECA. Epístolas Morales a Lucilio, ep. 33, 1, Gredos, Madri, 1986.

SILVA, Angélica. O aluno surdo na escola regular: imagem e ação do professor. Disponível em:<http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000276979>. Acessado em: 20 de fevereiro de 2017.

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