Espiritualidade nair lucia de britto

Um casal destruidor – Sociedade e espiritualidade

Nair Lúcia de Britto

Quando eu ando pelas ruas

Vejo rostos tristes, cheios de preocupação

A mesma preocupação que está no meu coração

Quando é que estes rostos sorrirão?

 

O mundo está vivendo um período muito conturbado! E não há nada que possa vedar os olhos de quem quer que seja, nem dos mais omissos nem dos mais indiferentes.  

A ganância e a corrupção têm sido a arma destruidora que vem avassalando famílias, a juventude e a infância, inclusive.

Como pode uma família se conduzir se não tem um trabalho seguro e estável com o qual ela possa contar? Como um jovem pode programar seu futuro diante de tantas dúvidas e inconveniências lhe empanando o caminho?

Como pode uma criança ser feliz vendo seus pais sempre preocupados sem saber se terão o pão para pôr na mesa no dia seguinte?

Como pode uma população ser feliz com doentes morrendo nas portas dos hospitais, mulheres dando a luz no chão, em qualquer lugar? Com médicos extenuados de trabalhar porque é só um para atender, muitas vezes; e muitas vezes sem o devido material.

Como ser feliz sem a menor segurança, com tanta violência nas ruas? Com tanto ódio? Tudo por causa da ganância, do egoísmo, da falta de caridade.

Porque o egoísmo nada mais é do que a negação da caridade, da capacidade de se colocar no lugar do outro numa situação de sofrimento. “O egoísmo e a ganância precisam desaparecer da face da Terra, porque é esse o  casal destruidor que  elimina o progresso do nosso planeta.

Devemos começar por destruir o egoísmo em nós mesmos e não prestar atenção naqueles que nos olham com desprezo. Se cada pessoa zelar por si só para combater o egoísmo, Deus cuidará para que a Justiça se faça. Pois embora seja invisível ou imperceptível aos de coração duro, Deus estará lá do alto separando o joio do trigo e dará a cada qual o destino merecido.

Diz-se, no caso do Brasil,  que numa reforma da Previdência cada qual, ricos e pobres terão que fazer algum sacrifício para reerguer este País. Mas será que os mais egoístas, geralmente os mais ricos, farão algum tipo de sacrifício? Ou será que os mais pobres, mais uma vez, deverão pagar uma dívida da qual não são responsáveis, para que os egoístas continuem satisfazendo sua ganância, abocanhando o vil metal do qual já estão atolados?

Quando Cristo desceu à Terra deu os melhores exemplos de caridade, socorrendo a todos que O procuravam, independentemente de quem quer que fosse ou de suas falhas. Mas seus exemplos de caridade não foram acolhidos como se deveria.       

“Enquanto o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, dominarem a Terra, haverá sempre um caminho para o mais sagaz, uma luta de interesses, onde são pisoteadas as mais santas afeições e onde nem mesmo os sagrados laços de família são respeitados.”, palavras do  Evangelho.

O egoísmo  é a chaga da Humanidade e enquanto houver egoísmo não haverá paz nem progresso sobre o Terra.

Nair Lúcia é poeta, jornalista, escritora e colaboradora da Revista Partes

   

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