Colunistas comportamento comportamentos Madalena Carvalho

O valor das coisas que vemos e não percebemos

Madalena Carvalho

publicado em 16/05/2008

www.partes.com.br/colunistas/madalena/valor.asp

 

Madalena Carvalho é Consultora, Palestrante e Conferencista

Tenho como missão falar de amor em meus treinamentos, principalmente do amor que devemos devotar a nossa família. Costumo dizer que devemos demonstrar nosso carinho e dedicação sempre e em todos os momentos às pessoas que amamos, pois a vida é frívola demais e passa num piscar de olhos.

São meses que não escrevo e o faço agora após o Dia das Mães, porque pelo mesmo motivo em que minhas mãos e cérebro bloquearam-se para qualquer escrita é este mesmo motivo que agora me impulsiona a escrever.

No passado escrevi “Um jeito único de amar”, falando do amor sublime que é o amor de mãe, e agora vai minha homenagem póstuma àquela que me amou profundamente e a quem amei não somente em palavras, mas em atos cotidianos que foram crescendo à medida que a maturidade me fez enxergar e perceber o valor de gestos e palavras tão comuns.

Gestos e palavras comuns podem ser uma simples ligação e uma frase tão singular: Alô, mãe. E do outro lado da linha aquela voz tão suave lhe responde: Oi filho (a)! Mas só percebemos o valor desta frase tão simples quando estamos diante de um telefone e nos sentimos imobilizados por não tê-la mais por perto.

É simples também quando a faina diária nos faz acelerar o ritmo e saímos correndo e lá vem ela com o olhar terno e diz: E o meu beijo? Vai sair correndo? E aquele beijo é o mais doce de toda a vida, pois nos remete a infância e cujo aconchego nos dava segurança e tranquilidade.

É simples, muito simples dizer habitualmente “Mãe”. Dizemos de forma tão natural que somos incapazes de perceber o significado existente por detrás de palavra tão singela. Chamamos por ela quando perdemos algo, quando queremos colo, quando necessitamos de conselho… E ela sempre disponível. Porque mães possuem o dom de amar incondicionalmente.

São atos comuns e de tão habituais nos impedem, muitas vezes, de perceber o valor e o significado que há em cada um destes momentos. Sorte de quem percebe isso quando ainda há tempo. Felizmente foi o que aconteceu comigo, em tempo eu tive todas as condições de demonstrar a paixão e amor que eu tinha e tenho pela figura de minha mãe.

Isso não suprime a saudade. Saudade não é um ponto final. Saudade é manter viva a lembrança de alguém que não está presente fisicamente, mas que estará eternamente em nossos corações.  E a “boa” saudade será aquela livre de culpas, ressentimentos e arrependimentos, pois é fruto de lembranças baseadas no amor.

Deixe um comentário