Educação Educação Ensino Ensino

A  AÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR FRENTE O USO DAS TECNOLOGIAS EM  SALA DE AULA

Marinete dos Santos Pereira

Filosnt2008@hotmail.com

FILÓSOFA(UECE/CE) (Especialista em Informática na Educação (UNINTER/IBPEX)    Professora PMPG/AP

Resumo 

O presente trabalho faz uma abordagem pedagógica sobre os usos dos recursos tecnológicos e sua importância no âmbito escolar, tendo como objetivo analisar o desenvolvimento no processo ensino-aprendizagem, com grande relevância e importância de maneira significativa na utilização como recursos tecnológicos na escola, definindo-se como tema A  AÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR FRENTE O USO DAS TECNOLOGIAS EM  SALA DE AULA. A pesquisa realiza embasamento teórico de autores que discutem a função social e pedagógica dos recursos tecnológicos, ressaltando-se a necessidade de se utilizar com mais frequência esses recursos, haja vista, que tais recursos podem ser utilizados como  suporte didático durante as aulas.

Palavras Chave: Professor, Recurso Tecnológico, Sala de Aula, Processo ensino-aprendizagem.

 

A AÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR FRENTE O USO DAS TECNOLOGIAS EM  SALA DE AULA

  • Introdução

A priori, na relação do professor com a organização das aulas, verifica-se que a relevância do papel do professor está entre outras variáveis na atualização dos conteúdos. Sabe-se que a ciência evolui a cada dia, essas evoluções originam-se em cada área do conhecimento, levando-o à sala de aula, local adequado de passagem e geração de novos conhecimentos. CUNHA (1992) discute bem essa questão ao se referir à atuação do professor em sala de aula, apresentando uma diversidade de variáveis que compõe determinado comportamento, passando a ser uma referência aceita ou não na percepção dos alunos.  Ainda retomando o tema de organização de aulas corroboram-se as ideias CUNHA (op. cit. p.135) quando diz que:

O ritual escolar está basicamente organizado em cima da fala do professor, pois ele é a principal fonte de informação sistematizada. Portanto buscar inovações às aulas é parte do papel do professor que é assumido e esperado pelo grupo de alunos, a partir dessa troca há geração de novos conhecimentos aos alunos.

Uma das formas de diferenciar-se na organização própria, de ser do professor pode ser quando toma um novo caminho na busca de inovações tecnológicas para suas aulas, sendo que uma delas se dá através dos recursos que a informática possibilita. Alguns exemplos podem ser citados como: a sistematização dos objetivos, a sequência dos temas, a relação com a prática, a busca por novas fontes de informação utilizando uma nova tecnologia, busca-se caminhos diferenciados. Isto não quer dizer, que na preparação das aulas tradicionais estas sequências de passos sejam abolidas, mas com um recurso inovador como são os caminhos da informática, pode-se trazer novos benefícios.

No caso de aulas apresentadas com projetores multimídia, a organização torna-se mais determinada e precisa condizente com o conteúdo trabalhado.

Diante destes dados supracitados pode-se afirmar que, de acordo com experiências as aulas são mais organizadas se comparadas com outras preparadas através de métodos isentos de tecnologia informatizada, como aulas expositivas, através de exercícios, com projeção de transparências, ou assistir e discutir um vídeo.

Para Almeida (2000, p.79), o aprendizado é parte diuturna na carreira profissional do professor, pois a cada momento, em cada aula e em todos os dias, acrescentamos algo, a mais sobre a área específica do conhecimento que já estudamos. Como também, descobrem-se novos caminhos, descortinam-se novos conceitos, substituem-se novos paradigmas cristalizados. É indiscutível qualquer informação contrária.

Todavia, com a crescente evolução tecnológica, principalmente, nos meios de comunicação e de informatização, às vezes há resistência em aprender sobre determinado tipo de conhecimento, alguns dados justificam esse comportamento como: a) dificuldade por não ser uma área que já se tenha alguma interação; b) não vê razões suficientes para aplicar a técnica e, portanto não há porque aprender; c) faltam recursos físicos como salas adequadas ou equipamentos; e d) preconceito estabelecido com inovações tecnológicas coisas que podem ser modismos aparentes (ALMEIDA, 2000, p. 82).

Segundo Boog (1994,p. 23) referindo-se ao processo de mudança própria diz: “Antes de mudar os outros, é fundamental primeiro mudar a si mesmo”. O autor ainda defende que o professor é fomentador de mudanças, inclusive enquanto ensina, para isso é necessário que também demonstre aos aprendizes que acredita no exercício de aprender, praticando essa crença no dia a dia, através da dinâmica das aulas.

Para BATALHA (1994, p.201) esse assunto. “A princípio, argumentava-se que o computador poderia vir a substituir o professor. Isso não se confirma e ele tem funcionado muito mais como um coadjuvante do professor”. Neste caso a informática tem o papel de tutor no processo de ensino, este conceito pode ser utilizado com a multimídia (aliado do professor), que apesar de se apresentar como praticamente completo com o texto, a imagem e o som, a explicação detalhada cabe ao professor, bem como a montagem do software multimídia, que com certeza não é, e não será desenvolvido por leigos, mas por pessoas que tenham conhecimento do conteúdo do software (alma do educador).

Além disso, cabe endossar que o professor, tem em outras atribuições acadêmicas, o relacionamento interpessoal com o aluno fornecendo feedback imediato, fruto da convivência que é insubstituível por qualquer que seja a máquina. Esse relacionamento gera afetividade de ambas as partes, inclusive favorece melhor aprendizagem. MEDEIROS (1989), BECHARA (1992) e BELARDI (1992) abordam muito bem o outro lado deste processo, que gera alienação e isolamento, tanto do professor quanto do aluno. DRUCKER (1993, p.213), tem uma visão prospectiva do papel do professor fazendo essa afirmação:

O professor será cada vez mais um supervisor e um mentor – talvez aproximando-se bastante do que ele era na universidade medieval vários séculos atrás. O trabalho do professor será ajudar, orientar, servir de exemplo, incentivar. É bem possível que o seu trabalho deixe de ser primordialmente transmitir a matéria em si.

 

Segundo Fazenda (1993), finalmente, cabe discutir o papel do professor e o processo de mudança. Indiscutivelmente aprender é também mudar. Pergunta-se mudar o que? e  em que momento? Respondendo o primeiro questionamento pode-se dizer que a mudança que ocorre nesse processo é de atitude. Como por exemplo, romper hábitos sólidos, talvez quase solidificados pelo tempo na busca de inovações. De que forma? E em segundo momento acredita-se que é importante fazer o registro da própria história aqui, desfazendo-se de materiais existentes, no caso das fichas antigas de aulas preparadas.

FAZENDA (1993), ainda preconiza a melhoria com a proposta de mudar tudo, em termos do estilo das aulas ministradas até hoje, tem-se que romper com velhos hábitos, é certo que acumulam – se inúmeras informações no decorrer do tempo, evidentemente que a memória registra o essencial. Além disso, como apoio a quem quiser utilizar essa prática, há diversos tipos de material que surgem a todo o mês como: livros, revistas técnicas, textos de jornais específicos e periódicos de cultura geral que estão catalogados em bibliotecas acessíveis a todos. Então um caminho é desfazer-se das aulas até então preparadas, não que elas não sirvam mais, mas para partir do zero, partindo de ideias novas, apesar do conhecimento acumulado.

Isso também não quer dizer que estas ideias endossam a “reengenharia”, apregoada por uns como a grande revolução do século ou a negação de tudo que já se fez até o momento, quando na verdade, essa mudança pode ser como o desafio tecnológico das técnicas de ensino. Pode-se dizer que é agora, respondendo a terceira questão, e o agora é hoje. Muito se discute, fala e analisa o ensino superior no Brasil, GOMES (1978), processo de ensino, mudança essa que seja uma revalorização do ensino, através do desenvolvimento profissional do professor.

Conforme SILVA (1991), podemos ainda afirmar, que se fala aqui de uma mudança pequena, pois o modo de ministrar aulas, para muitos podem significar muito pouco ou nada. Todavia, basta reportar-se à história, e vê-se que pequenas mudanças mudaram o mundo, em alguns casos para a pior, em outros, pode-se dizer a grande maioria, para melhor, pois apesar de tudo estamos aqui, na caminhada para a evolução. Cabe frisar aqui, que por certo, o simples fato de mudar a forma de ministrar as aulas gerem transformações significativas e valiosas à classe. Se de um lado, pode parecer apenas mudança na forma, ou seja, passar de um estilo de aula para outro. Por outro lado, podemos perceber que é o professor que reavalia sua organização interna no processo, que conduz a reformulação e aprimoramento dos conteúdos.

Diante dessa nova situação, é importante que o professor possa refletir sobre essa nova realidade, repensar sua prática e construir novas formas de ação que permitam não só lidar, com esse novo paradigma, com também construir novos saberes (SILVA, 1993).

Para GOUVÊA (2003) “O professor será mais importante” do que nunca, pois ele precisa apropriar-se das novas tecnologias e introduzi-la na sala de aula, no seu dia a dia, da mesma forma que um professor, que um dia, introduziu o primeiro livro numa escola e teve de começar a lidar de modo diferente com o conhecimento, sem deixar as outras tecnologias de comunicação de lado.

Gouvêa ainda defende que o professor não só continuará a ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas agora também pelo computador, pela informação em tempo real, pela tela em camadas, em janelas que vão se aprofundando às nossas vistas”.

Mas, para o professor apropriar-se dessa tecnologia, devemos segundo FRÓES “mobilizar o corpo docente da escola a se preparar para o uso do Laboratório de Informática na sua prática diária de ensino-aprendizagem. Não se trata, portanto, de fazer do professor um especialista em Informática, mas de criar condições para que se aproprie dentro do processo de construção de sua competência, da utilização gradativa dos referidos recursos informatizados: somente tal apropriação da utilização da tecnologia pelos educadores poderá gerar novas possibilidades de sua utilização educacional” GOUVÊA (,2003).

Se um dos objetivos do uso de recursos tecnológicos no processo de ensino for o de agente transformador, o professor deve ser capacitado para assumir o papel de facilitador da construção do conhecimento pelo aluno e não um mero transmissor de informações. Mas o professor deve ser constantemente estimulado a modificar sua ação pedagógica.

2     A Inserção do Conhecimento Tecnológico em sala de aula

Ao observarmos o processo de introdução da Informática no ambiente escolar através de vários momentos os quais nos orientam nessa trajetória. Nesse processo podemos  destacar quatro momentos, que apresentam características bem definidas.

Sabemos que atualmente apesar dos avanços tecnológicos, nem todas as pessoas tem acesso a tais ferramentas, infelizmente essa é nossa realidade. Os professores atuais estudaram em uma época em que a Informática não fazia parte do dia a dia, e, dentre os professores que estamos formando para o futuro, pouco estão sendo preparados para mudar essa realidade. A preocupação  muito importante é que não se deve forçar o professor a uma mudança de atitude diante da potencialidade expressa pelos tecnologias, pois é o momento do contato, de domínio, em que ele precisa estar seguro diante introdução da Informática.        Segundo PENTEADO (2000): “Professores devem ser parceiros na concepção e condução das atividades com TI (Tecnologias Informáticas) e não meros espectadores e executores de tarefas.”

Para PENTEADO, o importante é que o professor se sinta como uma peça participativa do processo e que no momento ele observe a Informática como um novo instrumento, para que possa usá-la com mais frequência. A mudança ocorre, quando o professor percebe que pode fazer mais do que está acostumado; é o momento em que ele começa a refletir sua prática e percebe o potencial da ferramenta. Nesse momento o professor está vulnerável as mudanças. Ele vai da ênfase a descoberta.

Nesse segundo momento, as mudanças ocorrem mais na forma de trabalhar a aula. Agora existe uma preocupação de explorar a ferramenta, para ajudar no processo de aprendizagem. É nesse momento que surgem os softwares de autoria, os simuladores e os projetos dos alunos, mas o professor ainda não consegue transcender sua aula. A preocupação se dá ainda com o conteúdo da sua disciplina. Mas, agora, aparece um novo elemento: o descobrir leva a um desafio constante, que leva a sua preocupação para o processo de aprendizagem.

O terceiro momento é marcado pela preocupação com o processo de aprendizagem e pela interdisciplinaridade, existe uma busca de alternativas para tentar reorganizar o saber, dando chance ao aluno de ter uma educação integral.  Entretanto o momento em que o professor precisa de um apoio da coordenação ou, até mesmo, da direção. É o momento em que necessita de um projeto pedagógico da Escola, a fim de trabalharem juntos.

“A atitude interdisciplinar não está na junção de conteúdos, nem na junção de métodos; muito menos na junção de disciplinas, nem na criação de novos conteúdos produtos dessas funções; a atitude interdisciplinar está contida nas pessoas que pensam o projeto educativo. Qualquer disciplina, e não especificamente a didática ou estágio, pode ser a articuladora de um novo fazer e de um novo pensar a formação de educador.” (Fazenda, 1993: p. 64)

É o momento em que o professor passa a usar outras tecnologias, mas, apesar de seu olhar para fora da escola, ainda continua preso a ela. Os softwares de autoria são muito trabalhados, como também a Internet. Porém, ainda do ponto de vista informativo, participa de alguns projetos colaborativos; entretanto busca trabalhar o conteúdo escolar. Heineck propõe:

“Os educadores têm que ser capazes de articular os conhecimentos para que o todo comece a ser organizado, e assim inicia-se a superação da disciplinarização, do saber imposto e distante da realidade vivida pelo educando. Uma prática inter disciplinar, certamente contribuirá para o forjamento de cidadãos conscientes de seus deveres e capazes de lutarem por seus direitos com dignidade.”

O quarto momento é marcado pela transcendência além dos muros da escola, é o momento da troca, da comunicação e participação comunitária. É o momento da aprendizagem cooperativa. A preocupação é o processo de aprendizagem, mas voltado para uma interação social. O conteúdo é trabalhado dentro de um contexto, a ênfase é dada à coletividade; a participação política e social, à cidadania.  Como diz  (LÉVY, 1998, p. 28).  a construção do conhecimento passa a ser igualmente atribuída aos grupos que interagem no espaço do saber.

  3. Utilização da Informática na Educação

Considerando o que Vygotsky (1989, p.21) destaca sobre o nível de desenvolvimento que o sujeito já possui e o nível que está ao alcance de suas possibilidades e sob a condição de que lhe ajudem, o papel do facilitador está em encaminhar e propiciar assistência que permitam ao sujeito atualizar os conteúdos incluídos na Zona do Desenvolvimento Proximal. Podemos considerar aqui o computador atuando como objeto que a criança manipula, tendo o professor como mediador em uma interação rica de ideias e atividades no processo de ensino (Valente,1996, p.17).

O computador tem provocado uma revolução na educação por causa de sua capacidade de “ensinar”. Existem várias possibilidades de implantação de novas técnicas de ensino e contamos, hoje, com o custo financeiro relativamente baixo para implantar e manter laboratórios de computadores, cada vez mais exigido tanto por pais quanto por alunos.

Tudo isso causa insegurança nos professores, que num primeiro momento temem sua substituição por máquinas e programas capazes de cumprir o papel antes reservado para o ser humano. Mas o computador pode realmente provocar uma mudança no paradigma pedagógico e pôr em risco a sobrevivência profissional daqueles que concebem a educação como uma simples operação de transferência de conhecimentos para o aluno.

Para (Valente, 1993, p. 26), a utilização da informática na área da educação é mais complexa do que a utilização de outro recurso didático conhecido até o momento, sendo muito diferente em função da diversidade dos recursos disponíveis. Nenhum outro recurso didático possui tantas funções, além de ser o recurso tecnológico mais utilizado em todas as áreas do mercado de trabalho.

Do mesmo modo, o professor, através do trabalho do aluno, terá mais recursos para entender o que o aluno sabe e o que não sabe sobre um determinado assunto, conhecer o estilo de trabalho do aluno, bem como seus interesses, frustrações. (Valente, 1993, p.32 ).

A introdução dos microcomputadores na sala de aula pode representar uma possibilidade mais eficaz de lidar com alguns tópicos do ensino, e que o enriquecimento constante dessa tecnologia talvez permita ampliar e flexibilizar sua utilização enquanto instrumento de ensino e aprendizagem, podendo ainda o professor fazer modificações importantes e interessantes e alterar o próprio processo de aprendizagem (Cox, 2003, p. ).

Seymour Papert (1994, p. 123)faz uma comparação entre a escola e a medicina do século anterior com as de hoje, em seu livro A máquina das crianças. Imagine um grupo de viajantes do tempo de um século anterior, entre eles um grupo de cirurgiões e outro de professores primários, cada qual ansioso para ver o quanto as coisas mudaram em sua profissão a cem anos ou mais num futuro. Imagine o espanto dos cirurgiões entrando numa sala de operações de um hospital moderno.

Os professores viajantes do tempo responderiam de uma forma muito diferente a uma sala de aula de primeiro grau moderna. Eles poderiam sentir-se intrigados com relação a alguns poucos objetos estranhos. Poderiam perceber que algumas técnicas-padrão mudaram e provavelmente discordariam entre si quanto às mudanças que observaram, foram para melhor ou para pior, mas perceberiam plenamente a finalidade da maior parte do que se estava tentando fazer e poderiam, com bastante facilidade, assumir a classe (Tajra, 2007, p.27 )

Alguns que já utilizam com maior frequência a informática de algum modo na sala de aula indicam ideias positivas referentes à troca de experiências, tanto no uso do computador como quanto das atividades realizados pelos alunos. Percebem que o computador utilizado de forma contextualizada, pode ajudar nas situações-problema, nas atividades e no acesso de informações. No entanto, muitos professores ainda perdem a oportunidade de trabalhar com esse recurso que pode tornar a sala de aula mais dinâmica e o aluno mais atraente.

 4      O computador como máquina de ensinar e como ferramenta de ensinar

Segundo Valente (1999, p.40), o computador pode ser usado na educação como máquina de ensinar ou como ferramenta para ensinar. O uso do computador como máquina de ensinar consiste na informatização dos métodos de ensino tradicionais. Do ponto de vista pedagógico esse é o paradigma instrucionista. Alguém implementa no computador uma série de informações, que devem ser passadas ao aluno na forma de um tutorial, exercício, prática ou jogo. Entretanto, é muito comum encontrarmos essa abordagem sendo usada como construtivista, ou seja, para propiciar a construção do conhecimento do aluno. Como se os conhecimentos fossem tijolos que devem ser justapostos e sobrepostos na construção de uma parede. Nesse caso, o computador tem a finalidade de facilitar a construção dessa “parede”, fornecendo “tijolos” do tamanho mais adequado, em pequenas doses e de acordo com a capacidade individual de cada aluno.

O conhecimento através do computador tem sido denominado por Papert de construcionismo. Ele usou esse termo para mostrar outro nível de construção do conhecimento, a construção do conhecimento que acontece quando o aluno constrói um objeto de seu interesse, como uma obra de arte, um relato de experiência ou um programa de computador (Papert, 1986, p.36). Na noção de construcionismo de Papert existem duas ideias que contribuem para que esse tipo de construção do conhecimento seja diferente do construtivismo de Piaget. Primeiro, o aprendiz constrói alguma coisa, ou seja, é o aprendizado através do fazer, do “colocar a mão na massa”. Segundo, o fato de o aprendiz estar construindo algo do seu interesse e para o qual ele está bastante motivado. O envolvimento afetivo torna a aprendizagem mais significativa.

No construcionismo o computador requer certas ações efetivas no processamento da construção do conhecimento. Para “ensinar” o computador, o aluno deve utilizar conteúdos e estratégias (Valente, 1999, p. 39) no caso do computador o aluno tem que combinar este conteúdo e estratégia a um programa que resolva este problema, como a linguagem Logo.

Para Valente, o que contribui para a diferença entre essas duas maneiras de construir o conhecimento é a presença do computador, o fato de o aprendiz estar construindo algo através do computador (computador como ferramenta). O uso do computador requer certas ações que são bastante efetivas no processo de construção do conhecimento. Quando o aprendiz está interagindo com o computador ele está manipulando conceitos e isso contribui para o seu desenvolvimento mental (VALENTE, 1999, P. 42).

5      Software e aplicativos na educação

Existe hoje uma infinidade de jogos implementados com a informática: simulações de guerras, aventuras em busca de tesouros, técnicas entre mestre de artes marciais, prova de automobilismo e muitos outros. A grande maioria se distancia completamente dos propósitos da escola, e são censurados por ela. No entanto podemos contar com inúmeros jogos e softwares, que cultivam no ambiente educacional uma prazerosa aliança entre diversão e aprendizado. (COX, 2003.p.109).

 Entre os softwares úteis à educação escolar podemos destacar o Sherlock, por sua proximidade com a realidade e a qualidade atribuída a ele em várias experiências em sala de aula. Trata-se de um software desenvolvido por David Carraher, professor doutor e sociólogo da UFPE onde o detetive Sherlock Holmes das histórias policiais é desafiado a desvendar palavras que completam o texto. O Sherlock é apenas um exemplo de inúmeros outros existentes.

Programas de processamento de texto, planilhas, manipulação de banco de dados, construção e transformação de gráficos, sistemas de autoria, calculadores numéricos, são aplicativos extremamente úteis tanto ao aluno quanto ao professor. Talvez estas ferramentas constituam uma das maiores fontes de mudança do ensino e do processo de manipular informação. As modalidades de softwares educativos descritas acima podem ser caracterizadas como uma tentativa de computadorizar o ensino tradicional. (VALENTE, 1999, p 29).

6       Considerações finais

           O presente artigo permitiu-nos chegar a algumas conclusões, que, de uma forma ou de outra, ampliou a compreensão sobre a importância do uso dos recursos tecnológicos, como também sobre o poder da linguagem tecnológica sendo utilizada no ambiente escolar.

Porém a mesma tem uma função primordial, que possibilita o oferecimento e o crescimento na sua função social, proporcionando a integração das famílias.  Isto é, por ser um meio de comunicação, desempenha um papel importante, o mesmo nos espaços educativos, é utilizado como suporte didático, para o desenvolvimento de aplicabilidade de novos métodos com os educandos.

Sabe-se que o computador está sempre incorporando um novo meio de comunicação, no qual a cada dia vem abrindo novos espaços. No entanto, desenvolvendo uma linguagem de maneira mais ampla com jornal, televisão e cinema, introduzindo as novas tecnologias.

Partindo desse pressuposto, o computador é um recurso de transmissão de informação que vem se desenvolvendo conforme o avanço das tecnologias, tornando-se um recurso tecnológico eficientes, com envolvimento que se fundamenta em envolvimento total do indivíduo.

            Porém, no decorrer da investigação na escola campo, chegou-se a seguinte conclusão dada às temáticas que auxiliam o professor no processo de construção coletivo, com desenvolvimento nas atividades educativas, em que o conhecimento desempenha um papel fundamental, com uma intensidade de mudanças, no que diz respeito a atividades flexíveis no contexto da sala de aula no ambiente de aprendizagem colaborativa, sob a mediação do professor. Sendo assim, apontam-se aqui algumas sugestões importantes para o aprimoramento das metodologias dos professores, como exemplo:

          A verdadeira concepção acerca da metodologia dos recursos tecnológicos, está distante da percepção dos educadores, e que estes não possuem preparo suficiente para trabalharem com essa proposta.

Porém há evidências ainda, da necessidade de um planejamento mais eficaz, no que diz respeito ao acompanhamento pedagógico, como também os instrumentos apresentaram resistência por parte de alguns professores, havendo assim, a necessidade de oferecer uma formação focada nas dificuldades encontradas durante as atividades interdisciplinares.

Constata-se a percepção de muitos professores em considerar o uso do computador, como caráter improdutivo, para suas aulas. Isto porque especificamente  atribui-se o papel de formar o educando para atender os interesses da sociedade, dentro de sua racionalidade produtiva, onde uma sala equipada, fica sem a coordenação de um professor, para desenvolver atividades com os educandos, e por isso os devidos recursos deixam de ser utilizados como devem.

          Se também que raramente as atividades são desenvolvidas no ambiente de informática com os alunos, compreende-se a importância do computador, relacionado ao seu uso, como também nesse sentido podemos fazer uma alerta ao professor de que é, preciso desenvolver os sentidos perceptuais interagindo a razão, emoção e ação, fazendo uma interpretação da linguagem informatizada, no que deve ser utilizado na sala de aula como instrumento pedagógico.

       Neste sentido, de acordo com os instrumentos diagnosticados nos referimos ao computador como instrumento pedagógico, a importância dada às temáticas que auxiliam o professor no processo de construção coletivo, com desenvolvimento nas atividades educativas, em que o conhecimento desempenha um papel fundamental, com uma intensidade de mudanças, no que diz respeito a atividades flexíveis no contexto da sala de aula, sob a mediação do professor.

           Sendo assim, apontam-se aqui algumas sugestões importantes para o aprimoramento das metodologias com os professores, como exemplo:

         Pesquisar formas inovadoras e atraentes para utilizar os recursos tecnológicos, educativos com base em atividades interdisciplinares, estando integrada com o currículo;

  1. Avaliar o progresso do aluno quando submetido à metodologia dos recursos tecnológicos;
  2. Aprofundar o planejamento de modo que os recursos tecnológicos venham a ter destaque como suporte didático possibilitando aprendizagem recíproca do aluno;
  3. c) Discutido sobre a importância da construção do conhecimento à cerca da inserção do uso do computador, como recurso tecnológico, mesmo sabendo a existência de dificuldades que a escola campo enfrenta;

        Por isso, o recurso tecnológico é uma inclusão que proporciona ao aluno uma integração a comunicação, em que podemos desenvolver potenciais de acordo com suas limitações, de forma que o computador possa ser um suporte pedagógico e que torne o ensino significativo ao aprendizado.

           Assim nos espaços escolares objetiva-se desenvolver experiências como métodos interdisciplinar, em que o computador por ser esse meio de comunicação de massa e um recurso tecnológico, proporciona por meio de sua utilização, com a sua diversidade de métodos utilizados, faz com que o professor ajude a rever a prática, modificando a forma de ensinar, com uma experiência multidisciplinar, com a inserção das tecnologias nos planejamentos escolares.

         Finalmente, durante todo esse processo de estudo foi possível deparar com aspectos teóricos educacionais onde houve a oportunidade de fazer uma relação com a prática e dinâmica pedagógica, com a linguagem informatizada.

       Sendo que ficou evidente que o professor pode promover através dos meios de comunicação audiovisuais, mecanismos que facilitem a construção do conhecimento mesmo sabendo que o recurso tecnológico vai sempre estão inseridos abrindo novos espaços, incorporando uma linguagem de maneira ampla, introduzindo as novas tecnologias desenvolvendo capacidades cognitivas, afetiva e social a partir dos recursos tecnológicos.

 

7      REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ALMEIDA, Fernando José. Educação e informática. Os Computadores na Escola. São Paulo, Cortez, 1988.

ALMEIDA, M. E. B. de. Educação, projetos, tecnologia e conhecimento. São Paulo: PROEM, 2002.

ALMEIDA, Maria Elizabeth. Informática e Formação de Professores. Brasília/DF: Editora Parma, ano 2000 (vol.2).

ALMEIDA, Fernando José. Computador, escola e vida: aprendizagem e tecnologias dirigidas ao conhecimento. 2. ed. São Paulo: Cubzac, 2007.

BATALHA, P. E. L. Informática e T. & D. in Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo: Makron Books, 1994.

BOOG. Manual de Treinamento e Desenvolvimento. 2 ed.São Paulo: Makron,  Books 1994.

COX, Kenia Kodel. Informática na Educação Escolar. São Paulo: Campinas, 2003.

DRUCKER, Peter. Os novos paradigmas da administração. Exame, ano 32, n. 4, p. 34-53, fev. 1998.

FAZENDA, Ivani Catarina Antunes-Org. Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 1993.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999

 MORAES, Maria Cândida. Novas Tendências para o Uso das Tecnologias da Informação na Educação. Campinas/SP:Papirus, 1997.

 MORAN, José Manuel et all. “Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica”. São Paulo: Papirus, 2000, acesso em 22/03/2010 As 01h25min.

MORAN, J. A afetividade e a auto-estima na relação pedagógica.

MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 7ª ed., Campinas: Papirus, 2003. Acesso em 28/03/2010 às 16:41

PENTEADO, Miriam – BORBA, Marcelo C. – A Informática em ação – Formação de professores , pesquisa e extensão – Editora Olho d´Água, 2000 , p 29.

Deixe um comentário