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DIFICULDADES E POTENCIALIDADES: Inserção do Ensino Remoto em uma Cidade no Centro-Oeste Mineiro em época de Pandemia

DIFICULDADES E POTENCIALIDADES: Inserção do Ensino Remoto em uma Cidade no Centro-Oeste Mineiro em época de Pandemia

Rafael Izidoro Martins Neto*

Gabriel Henrique Geraldo Chaves Morais**

Resumo

Rafael Izidoro Martins Neto; Rafael.izidoro18@hotmail.com; Bacharelado em Administração IFMG campus Bambuí, Pós-Graduação em Docência – IFMG campus Avançado Arcos; Professor de Administração.

A presente pesquisa tem como objetivo discutir os benefícios, as dificuldades e as limitações na inserção de atividades mediadas pela tecnologia, no cotidiano de alunos do ensino médio nas escolas públicas e privadas em época de pandemia. Para caracterização do estudo, foi abordada uma pesquisa de cunho qualitativa, com base em um processo de estudo de caso e utilização de um questionário semiestruturado. Foi realizada também uma pesquisa com gestores de algumas instituições, onde relataram que os desafios e problemas mensurados foram diversos durante o processo de adaptação e atualização do ensino a distância.

Palavras-chave: Covid-19, Ensino remoto, Educação, Tecnologia.

Abstract

The present research aims at discuss the advantages, the difficulties and limitations that the insertion of activities mediated by technology affects in the public and private high school students’ daily course in times of pandemic. To characterize the study, it was approached a qualitative research based on a case study process by using a semi-structured questionnaire. A research with some institution managers from the city was also accomplished. They reported that the measured challenges and problems are diverse in the process of implementing distance learning.

Keywords: Covid-19. Remote teaching. Education. Technology.

 

1 INTRODUÇÃO

A pandemia de COVID-19 já se trata de um evento histórico. Segundo a organização Pan Americana de Saúde, a doença respiratória aguda causada pelo  (SARS-CoV-2), foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, República Popular da China, em 1 de dezembro de 2019. Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto da pandemia e em todo mundo os dados sobre a infecção e morte de pessoas por este vírus cresce exponencialmente (OPAS, 2020).

Com um número alarmante de mortes e com o crescimento desenfreado de contaminados pela doença viral, adotou-se mundialmente uma medida conhecida como isolamento social. Esta medida de isolamento teoricamente reduz a transmissão do vírus e alivia o sistema de saúde de cada município ou região.

A escola é um dos setores afetados fortemente pelo COVID-19. Locais onde recebiam diariamente centenas de alunos e os agrupavam em salas de aula e realizavam atividades coletivas, foram instruídas a cancelarem suas aulas e encontrarem novas formas de prosseguirem seu ano letivo, mesmo em época de pandemia. Algumas redes de ensino público e algumas escolas privadas implementaram a educação a distância (EAD) ou a proposição de atividades remotas mediadas pelas tecnologias como forma de dar continuidade a suas atividades.

Gabriel Henrique Geraldo Chaves Morais; gabriel.morais2@estudante.ufla.br; Licenciatura em Física IFMG campus Bambuí, Mestrando em Ensino de Ciências e Educação Matemática UFLA-MG; Professor de Física.

A expansão do sistema de educação remota é uma realidade nacional neste contexto de pandemia. Um levantamento feito pelo Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) mostra que 25 estados e o Distrito Federal (DF) estão adotando a modalidade atualmente. Alguns deles utilizam apenas aulas pela televisão, outros lançam mão de plataformas virtuais e outros ainda mesclam os dois formatos, distribuindo os conteúdos por meio de distintos canais. Apenas o Tocantins não faz uso do método porque a rede de ensino estadual está em férias escolares antecipadas (SAMPAIO, 2020).

O objetivo deste trabalho é discutir os benefícios, as dificuldades e as limitações na inserção de atividades mediadas pela tecnologia, no cotidiano de alunos do ensino médio nas escolas públicas e privadas em tempos de pandemia em um município do Centro-Oeste de Minas Gerais. Como objetivo secundário, está a análise do tema através da visão dos gestores responsáveis pelas instituições de ensino abordadas.

Por conta da pandemia, cada estado começou a se virar sozinho, achar uma saída, recriar as atividades, e os professores também, conforme informações da presidente do Consed, Cecília Amendola. Nos diferentes estados, os secretários de Educação têm dito que a ideia é manter o vínculo dos estudantes com a escola e garantir uma rotina mínima de estudos neste momento de isolamento social. O Ministério da Educação (MEC) permitiu que a carga horária do ensino remoto seja contabilizada no ano letivo (SAMPAIO, 2020).

Em Minas Gerais, para escolas públicas de ensino médio, o Estado desenvolveu o Regime de Estudo não Presencial para alunos das escolas estaduais. A iniciativa conta com três frentes: Plano de Estudo Tutorado (PET), programa de TV “Se Liga na Educação” e um reforço na disseminação das informações no site e redes sociais da Secretaria de Educação Estadual. Escolas particulares rapidamente também se organizaram em atividades online com uso da internet, capacitação de professores, videoconferências com alunos, entre outras preocupações (AGÊNCIA MINAS, 2020).

Seja na pública ou no particular, pelo menos um ponto é comum: o que o país está vivenciando, não importa em qual nível de ensino, é algo totalmente novo. “Seja fundamental ou médio, ninguém nunca passou pela experiência das aulas online”, afirma a secretaria do Sindicato das Escolas Particulares do Estado de Minas Gerais – SINEP, Zuleica Reis (OLIVEIRA, 2020, p.01).

Entretanto, especialistas apontam que, em virtude da forte desigualdade social do país, o cenário de aulas a distância deve aumentar ainda mais o fosso entre escolas públicas e privadas e contribuir para a evasão escolar. No Brasil, 85% dos usuários das classes D e E só acessam a internet pelo celular, segundo a pesquisa TIC Domicílios 2018 – entre os mais pobres, é comum o plano pré-pago com baixo limite de dados, o que inviabiliza baixar vídeos. O aluno mais pobre que está na rede pública tem, em geral, uma situação domiciliar muito mais desafiadora, desde alimentação até menor acesso a livros, bens culturais e, claro, menor acesso à internet, observa Priscila Cruz, presidente-executiva do Movimento Todos pela Educação, uma das maiores ONGs do Brasil na área da educação (TENENTE, 2020).

3 METODOLOGIA

O presente estudo foi desenvolvido com uma abordagem qualitativa, de maneira a compreender de forma mais clara e profunda o fenômeno estudado. Minayo (1994), descreve que a abordagem qualitativa possui características para melhor compreensão do comportamento e forma humana presente nos processos, nos sujeitos e na sua representatividade como pessoa.

O locus da pesquisa é constituído por uma cidade inserida na região Centro-Oeste de Minas Gerais e o critério de inclusão dos sujeitos que poderiam participar deste estudo seria a obrigatoriedade de serem alunos matriculados no ensino médio no ano de 2020.

Para coleta de dados e abordagem ao perfil de respondentes foi desenvolvido um questionário semiestruturado para conhecer afundo a rotina remota de estudos destes alunos que no período de recesso de aulas presenciais, e se tem ou não recebido conteúdo em casa através da educação a distância (EAD).

A aplicação do questionário ocorreu entre os dias 15 e 22 de junho de 2020. Por motivos de caso fortuito, a ferramenta adotada para essa investigação foi google forms do aplicativo de comunicação gmail, onde os formulários foram enviados para todos os alunos e gestores.

Finalizada a etapa de coleta dos dados do questionário, foram organizados um total de 142 respostas para alunos e três entrevista com gestores. Foi-lhes explicado que a participação na pesquisa aconteceria de forma voluntária e que a contribuição não teria nenhum benefício aos participantes, e nem tampouco algum prejuízo para aqueles que não quisessem responder. Em nenhum momento cada aluno participante seria identificado.

A abordagem aos gestores se deu por pequenas entrevistas que prontamente foram atendidas por representantes de duas escolas e pela secretaria de educação. Através da entrevista, foi possível solicitar aos representantes das instituições, informações de quais medidas foram tomadas pela escola perante a pandemia, se existe ou não atividade remotas de ensino e como se deu as escolhas das decisões tomadas. Esse perfil de análise permitiu investigar relações e transições do ensino entre educadores e discentes, e poder comparar a visão dos alunos com relação a visão da gestão educacional.

Sabe-se que nas periferias da cidade existem famílias em condições precárias de renda, onde os filhos matriculados ao ensino médio não possuem acesso a estas ferramentas para fazerem parte de nossa amostra de pesquisa, entretanto não devemos torná-los invisíveis. Sendo assim, além do questionário online disponibilizado aos alunos, realizamos também entrevistas com os gestores das escolas.

Para o tratamento e análise dos dados coletados, foi utilizado pelos pesquisadores um computador com a ferramenta office versão 2019, onde seriam tabulados todo o conteúdo amostral etapa a etapa de trabalho.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

É perceptível que vários desafios são encontrados durante a adaptação do ensino remoto. A seguir, serão expostas as principais dificuldades encontradas pelos gestores, possíveis soluções e reflexões feitas pelas instituições de ensino e seus colaboradores para amenizar os impactos neste momento tão complicado de pandemia que reflete na educação, logo após serão destacados a visão dos alunos desta inserção. Para cada gestor entrevistado será intitulado uma descrição que caracterize sua resposta, são elas: GEST01, GEST02 e GEST03.

O GEST01, é secretária de educação do município, e relatou em sua entrevista as dificuldades encontradas na inserção da modalidade nas escolas municipais (que alocam alunos desde o ensino básico, até o ensino fundamental II em escolas na cidade e também na zona rural).  A secretária de educação descreve que os desafios foram diversos, pois o objetivo de levar de forma integral a TODOS os estudantes as atividades remotas, buscando a equidade, ou seja, contemplando de forma justa esse recurso, foram surgindo inúmeras situações que tiveram de ser superadas ao longo do dia a dia. Atividades do tipo de como atender a todos os alunos de forma concreta e como mobilizar toda a rede.

O GEST01, também toca em uma dificuldade importante de como levar informação a que não possuem acesso à internet e como não ser excludente neste momento tão difícil e importante. Levando em consideração que as etapas que a Rede Municipal atende é a Educação Infantil, Ensino Fundamental – Anos Iniciais e finais – Ensino Fundamental – Anos Iniciais e finais, e que infelizmente nem todas as famílias tem acesso à internet, assim, o município optou por entregar as atividades impressas aos alunos.

Os alunos que estudam na zona rural e que não consigam ir até à escola para pegar as atividades, terão acesso as mesmas através de um ponto comum disponibilizado pela secretaria, com o objetivo de atender todos os estudantes.

A secretária (GEST01) reconhece que esta é uma tentativa de amenizar impactos, porém sabe-se que na realidade mesmo com as aulas e atitudes tomadas, infelizmente o município não conseguirá obter o mesmo resultado das aulas presenciais e já pensa nestes impactos no ensino aprendizagem dos alunos e por fim convoca toda a sociedade acadêmica.

Ainda segundo a secretaria, faz-se necessário quando tudo isso passar, no próximo ano, seja realizado um planejamento com mais ênfase no “impacto no ensino aprendizagem”, convocando todos os profissionais da educação a assumir seus respectivos papéis de sujeito do processo, para fazer uso consciente da construção do conhecimento.

Na entrevista com a GEST02, supervisora pedagógica de uma instituição de ensino privada, ela relata um desafio diferente quanto a rotina de estudos e também a preocupação com a saúde emocional de seus alunos.

Descreve que, em um primeiro momento, a insegurança e a resistência, durante o processo de implementação de ferramentas virtuais por parte dos alunos e suas famílias, se mostraram um desafio. A rotina de estudos também é um dos desafios dos estudantes, mas que vem se adaptando no decorrer deste semestre. Depois de instalado o acesso, os alunos ainda enfrentam uma série de desafios, principalmente no campo emocional, pelo fato de estarem confinados, longe dos amigos, professores, o que também se mostrou um obstáculo, uma vez que esse contexto não estava previsto.

A GEST02 relata que em sua escola não houve problema em relação ao acesso à informação, segundo ela, todos os membros da escola, tanto aluno, quanto professores, possuem acesso à internet e a meios que possibilitem a inserção desta modalidade, apesar disso, alguns alunos tiveram dificuldades na adaptação e no acompanhamento do modelo.

Percebe-se aqui que uma das grandes dificuldades da implementação do ensino remoto nas escolas. Encontrar uma forma de levar informação a todos sem segregar aqueles que possuem menor acesso à informação, o que não foi um problema relatado pela supervisora pedagógica da escola particular.

Outro problema citado durante as entrevistas foi explicitado pela diretora de ensino do Instituto Federal, intitulada como GEST03, onde ela relata que os desafios consistem basicamente em lidar com as dúvidas e a ansiedade de professores, alunos, servidores técnicos, terceirizados, coordenadores de curso e familiares.

Um ponto importante aqui foi explicitado. Além dos problemas de comunicação e de acesso à informação por parte dos alunos, outro ponto deve ser levado em conta: o preparo dos professores. De uma hora para outra os professores estão submetidos a uma nova realidade virtual que exige preparo e treinamento. A inserção dos docentes em plataformas virtuais como Moodle, Zoom, Classroom e Google Meet entre outros, levaria tempo e muita paciência de todas as partes. Sabe que nem todos estão acostumados e adaptados a esta realidade virtual, se tornando um obstáculo importante nessa adaptação.

A GEST03, também ressalta que a falta de acesso à informação é um dos prontos principais na ação da escola onde se tem duas ações centrais para combate à falta de inclusão digital, sendo as propostas assíncronas de ensino aprendizagem e, em parceria com a Assistência Estudantil, a busca por auxílios econômicos que possam ser disponibilizados aos alunos.

É uma unanimidade entre os gestores, que apesar de reconhecerem as dificuldades, consideram que o ensino remoto é a única salvação neste momento. A GEST03 ainda ressalta que no momento, é a opção que se tem para ofertar, E desde que haja planejamento, capacitação de professores e alunos, discussão do processo como um todo, pode ser uma excelente oportunidade de revolução educacional. O impacto no processo de ensino-aprendizagem pode ser muito positivo. No mínimo as instituições estão sendo provocadas a reverem suas práticas de ensino e de gestão educacional.

Aqui, inicia-se uma análise mais específica no que se refere a utilização do ensino à distância (EAD) como ação mediata para inserção de atividades não presenciais devido a suspensão das aulas provocado pela pandemia. A ideia é a inserção de perguntas e questionamentos a alunos do ensino médio quanto à atividade remota em sua rotina, partindo de suas observações e ponderações acerca do tema.

Vale considerar aqui que todos os discentes participantes, possuem algum conhecimento prévio sobre o assunto Pandemia, através de notícias postas a população por veículos de impressa, pesquisas, órgãos de saúde, entre outros acessos. Para 45 pessoas (31,7%), atribuem o termo totalmente para concordar que o ensino a distância (EAD), é sim, a melhor solução no momento da pandemia. A faixa de maior participação foi de 65 respondentes (45,8%), quase metade dos participantes, onde concordam parcialmente com a afirmação destacada pelos autores. Outros 20 alunos (14,1%), não concordam com o apontamento, e por fim, 12 alunos (8,5%), acreditam que existam outros recursos e alternativas que poderiam ser utilizadas para sanar ou substituir essa modalidade de ensino.

Aprofundando ainda mais o debate com os participantes, foi perguntado a eles, se consideravam que o núcleo familiar oferece condições apropriadas para o desenvolvimento dos estudos e a participação remota. Foi atribuído para a primeira alternativa 22 respostas (15,5%), onde os alunos consideram que mesmo em suas próprias residências, se sentem totalmente preparados e em boas condições para estudar. Para 64 alunos (45,1%), atribuíram a condição que se sentem parcialmente preparados estudando nas respectivas casas. Outros 48 respondentes (33,8%), foram além e consideraram que nessa modalidade não são capazes de alcançar o aprendizado. Por último, a menor camada de respostas, para oito alunos (5,6%) disseram que suas casas não oferecem nenhuma condição de aprendizado e não se consideram preparados neste momento.

Os participantes foram solicitados a responder se o ensino a distância (EAD), substitui bem a modalidade presencial. Para 13 respondentes (9,2%), esse perfil de ensino substitui totalmente e atende a toda demanda necessária do aluno. A maior participação, 80 alunos (56,3%), o que representa mais da metade da amostra, acredita que esse tipo de ensino substitui parcialmente e enfraquece o ensino quando comparado com aulas presenciais. Outros 39 respondentes (27,5%), acreditam que o (EAD) não substitui em nada e apenas possibilita a complementação da carga horária dos discentes. A última classe respondente, apenas 10 alunos (7,0%), destacam que não deveria ser utilizado em nenhuma hipótese o ensino remoto, mesmo que nessas condições os alunos percam as aulas.

Ainda que mais de 30% do público envolvido atribua como ruim a inserção do ensino a distância (EAD), no que se diz respeito ao momento em que vivemos, é fato que a modalidade é a principal e talvez única solução imediata que consiga amenizar e sanar perdas da educação. Mesmo que os professores e gestores não estejam preparados, e que não tenha sido ofertado um aporte financeiro e subsídios governamentais para a execução das atividades.

Uma pergunta que gerou debate em vários veículos de comunicação na mídia brasileira e na sociedade em geral, era acerca do posicionamento das pessoas quando ao adiamento e/ou cancelamento do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) do ano de 2020. Para alimentar ainda mais o debate e avaliar o posicionamento dos estudantes, foram perguntados sobre esse contexto.

A sua grande maioria, 90 respostas (63,4%), consideram que o ENEM deveria ser adiado. Outros 39 participantes (27,5%), vão além, e são a favor do cancelamento do exame esse ano. O menor índice de respostas ficou atribuídos a três alunos (2,1%), que são contra o cancelamento e/ou adiamento, alegando que os alunos tem condições de se preparar para a prova mesmo estando em casa. Por fim, para 10 alunos (7,0%), da amostra, a resposta é não, e consideram o não, pois não querem perder um ano sem ter ao menos a possibilidade de fazer o exame.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em meio a tantos problemas citados durante a inserção e adaptação do ensino remoto em época de pandemia, podemos notar que toda a comunidade escolar (alunos, gestores e família) busca soluções para que a perda neste período seja a menor possível, mesmo conhecendo os desafios gigantes pela frente.

É fato que a modalidade remota exclui aquele que possui menor acesso à informação, porém esta exclusão deve ser sanada com o papel dos gestores e por políticas públicas. Algumas escolas estão levando atividades impressas aos que não possuem internet, em alguns estados existem as tele aulas (aulas na TV aberta), todas estas ações buscam um ensino remoto menos excludente.

A capacitação dos professores também é um ponto importante nesta jornada. Cursos de capacitação devem ser oferecidos pelas instituições, visando uma melhor didática e adaptação para que os prejuízos no ensino e aprendizagem sejam os menores possíveis.

Por fim, uma análise deve ser feita sobre os alunos e seu cotidiano, muitas vezes o acesso à internet não é o único problema nesta adaptação. A dificuldade com aquilo que se tornou novo e inesperado, a falta de contato diário com o professor, a falta de estrutura familiar se torna empecilhos cruciais nesta jornada que evitará a perda do ano letivo.

Apesar de todas as dificuldades em um cenário mundialmente caótico, é notória por parte das escolas uma reprogramação em seu cotidiano em que busque fornecer ao seu aluno possibilidades que evitem maiores problemas. Entendemos também que as atividades remotas não substituem em totalidade o ensino presencial, porém é uma ferramenta de suma importância neste momento e reflexões como estas abordadas neste trabalho devem ser feitas por todos os profissionais envolvidos no cotidiano escolar, em busca de um ensino remoto eficaz e menos excludente.

Conclui-se que mesmo com todas as dificuldades e poucas alternativas associadas a soluções para o ensino à distância, a melhor solução a curto prazo, sem dúvidas, seria a inserção do ensino remoto para amenizar as perdas educacionais provocadas pela pandemia no Brasil. Gestores e alunos fazem a mesma corrente sobre o tema, claro, evidenciando as responsabilidades e ações diferentes para cada camada responsável. Infelizmente, quem menos possui condições de acesso a dispositivos eletrônicos e a internet, serão prejudicados, principalmente o perfil de baixa renda do país.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento científico: pesquisa qualitativa em saúde. 2. ed. São Paulo: Hucitec-Abrasco, 1994.

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SAMPAIO, Cristiane. Professores, pais e alunos apontam dificuldades e limitações do ensino a distância. Brasil de Fato. 2020. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/05/04/professores-pais-e-alunos-apontam-dificuldades-e-limitacoes-no-ensino-a-distancia. Acesso em: 02 de julho 2020.

TENENTE, Luisa. Sem internet, merenda e lugar para estudar: veja obstáculos do ensino à distância na rede pública durante a pandemia de Covid-19. Ensino presencial está suspenso por causa do coronavírus. Portal G1. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/05/05/sem-internet-merenda-e-lugar-para-estudar-veja-obstaculos-do-ensino-a-distancia-na-rede-publica-durante-a-pandemia-de-covid-19.ghtml. Acesso em: 01 de julho. 2020.

*Rafael Izidoro Martins Neto; Rafael.izidoro18@hotmail.com; Bacharelado em Administração IFMG campus Bambuí, Pós-Graduação em Docência – IFMG campus Avançado Arcos; Professor de Administração.

**Gabriel Henrique Geraldo Chaves Morais; gabriel.morais2@estudante.ufla.br; Licenciatura em Física IFMG campus Bambuí, Mestrando em Ensino de Ciências e Educação Matemática UFLA-MG; Professor de Física.

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