Como transformar o conhecimento em vantagem competitiva

Gestão do Conhecimento não é novidade. Talvez um novo nome para uma preocupação antiga.  
Não há duvida de que o conhecimento é o recurso econômico mais valioso para a competitividade das empresas e nações.  Por isso a gestão do conhecimento é um dos temas mais quentes do momento. Os grandes gurus, líderes empresariais e consultores têm apontado o conhecimento como uma vantagem competitiva sustentável. 
E por que? 
Felizmente, as empresas da Nova Economia perceberam a importância do capital intelectual e migraram de um conceito antigo e ultrapassado para um modelo dinâmico que reconhece e valoriza a força das pessoas. Isto significa dizer que hoje o valor do conhecimento destas pessoas suplanta os valores dos produtos e serviços, pois estes transformaram-se em agregados de idéias. 
E como as empresas podem gerenciar este conhecimento? A resposta não é tão simples.  Em primeiro lugar é importante entender a dinâmica do conhecimento. Todo conhecimento é criado pelo indivíduo e a ele pertence, isto equivale a dizer que uma empresa não pode criar conhecimento sem as pessoas, no entanto, pode e deve incentivar e apoiar a criatividade, iniciativa, habilidade e promover situações que estimulem e garantam o conhecimento.  
E similarmente a produtos e serviços, o conhecimento também deve ser catalogado, transferido, assimilado e utilizado.  E aqui reside uma grande dificuldade das empresas.  Lembrando Júlio Rotemberg que diz: “não se pode simplesmente assumir uma organização pesada, contratar indivíduos inteligentes e esperar que as coisas boas aconteçam”. 
Grandes talentos não garantem resultados em função do conhecimento que possuem, mas sim através da forma como utilizam este saber.  É preciso uma quebra de paradigmas, é preciso um apoio diretivo forte para que a Organização cresça de verdade. É preciso entender que investir em conhecimento requer um sistema e uma cultura organizacional aberta para a inovação, livre de regras e condutas opressoras. 
Há algumas estratégias para se atingir este ponto, de forma que o conhecimento melhore a produtividade final, tais como:
1.      Promover a criatividade e a inovação de produtos e serviços;
2.      Compartilhar com os colaboradores os objetivos e conhecimentos essenciais ao negócio;
3.      Aumentar e facilitar o acesso ao conhecimento;
4.      Aumentar o estoque de conhecimentos explícitos;
5.      Aumentar o intercâmbio de conhecimentos tácitos;
6.      Incentivar o comprometimento dos colaboradores para a aprendizagem. 
Há muitos desafios a serem vencidos na implantação de uma Gestão do Conhecimento e como em todo processo de mudança há riscos e oportunidades. Cabe as Organizações compreenderem que para o conhecimento se tornar vantagem competitiva não pode ser visto apenas como mais um projeto, mas um forte compromisso com o desenvolvimento das competências de seus colaboradores. 
Talvez seja necessária uma certa dose poética na implantação de uma Gestão do Conhecimento forte e atuante. Um olhar que vá além das máquinas, mas que seja capaz de interpenetrar no coração das pessoas e assim despertá-las para um novo posicionamento dentro da Organização, compartilhando efetivamente seus conhecimentos e contribuindo de forma significativa para os resultados organizacionais. 
Infelizmente nem todas as empresas estão preparadas para isso, pois ainda falta em algumas uma visão sistêmica e integrada, preocupação com a competitividade, base tecnológica e muito investimento, principalmente de energia. Superação de obstáculos!  
Transformar conhecimento em vantagem competitiva é contar com um recurso ilimitado que está a nossa disposição e que aos poucos estamos aprendendo a interpretar.

One Reply to “Como transformar o conhecimento em vantagem competitiva

  1. Concordo plenamente com sua tese mas o que acontece no mundo real às vezes está bem longe desta utopia. Há muitas empresas ainda sem qualquer noção da importância da comunicação integrada com seus colaboradores. Totalmente desprovidas de estratégia e planejamento, pensando apenas e tão somente nos lucros auferidos ao longo de 12 meses. O conhecimento não será valorizado se não for expandido, divulgado e colocado em prática. Parabéns pelo seu texto.

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