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Número de moradores de favela com acesso a alimentos cai 97% em um ano

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  • Em Paraisópolis famílias inteiras chegam a fazer filas em pontos de distribuição de comida
  • Brasil já atinge a marca de 33 milhões de pessoas em estado de fome crônica, o dobro em comparação ao período pré pandemia

Brasil, junho de 2022 – Os dados divulgados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (PENSSAN) alertam para um estado emergencial de fome no país. Hoje, cerca de 125,2 milhões de brasileiros vivem com algum grau de insegurança alimentar, o que representa 58,7% da população. Na periferia os números são ainda maiores, com uma queda de 97% no número de moradores com acesso a alimentos, em comparação com 2021.

Em Paraisópolis, a segunda maior favela do estado de SP, formam-se filas diárias nos pontos de distribuição de comida, insuficientes para o número de moradores da região. Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, comenta que o público da periferia foi o mais afetado pela pandemia – em diferentes frentes. “O morador de comunidade é o primeiro a ter seu emprego cortado, e o último a voltar para o mercado de trabalho. Nunca existiu home office dentro da favela. O que existe é fome, falta de investimento e descompromisso”, afirma Gilson.

Além do crescimento acelerado da insegurança alimentar no país, dados do IBGE apontam para uma linha ascendente na quantidade de periferias, mais um retrato da crise econômica e sanitária no Brasil. No G10 Favelas, que atualmente representa o maior bloco de empreendedores sociais dentro de comunidades, ações estão sendo estruturadas para impulsionar o número de negócios nessas regiões, gerando oportunidade e renda aos moradores. Empresas estimuladas pelo Hub de inovações do bloco já movimentam R$8 bilhões/ano nas favelas em que atuam.

No momento, o bloco, em parceria com a Favela Brasil Xpress, lidera a campanha S.O.S. Pernambuco, o qual é responsável por 6.000 famílias desabrigadas, levando toneladas de doações de SP até a Casa Amarela, a 6ª maior favela do Brasil, em Recife. “Se a fome é devastadora no cotidiano, imagine dentro de um cenário de tragédia”, finaliza o presidente do G10 Favelas.

Para participar da campanha de ajuda a Recife, acesse.

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