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A formação do professor e a educação que queremos para o século XXI

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E A EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS PARA O SÉCULO XXI

 

Antônio Carlos da Silva   [1]

RESUMO

Antonio Carlos da Silva Mestre de obras na construção civil, Graduado em matemática, Mestrando em Ciências da Educação. <sitonho1505@gmail.com>

O presente artigo tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre a importância da formação do professor como reflexo da educação que queremos para o século XXI. Muitas são as exigências que adentram o cenário educativo hoje, mobilizadas pelas transformações econômicas, sociais, culturais e tecnológicas. O educador hoje precisa ser um pesquisador em potencial, assumindo sua formação num constante processo construtivo, já que a pratica docente precisa atingir níveis de motivação e qualidade cada vez mais desafiadores em sala de aula, incluindo a todos, respeitando a individualidade de cada um, levando em conta que as diferenças nunca foram tão acentuadas como agora.

Palavras-chave: Formação, Educador, Aprendizagem, Prática.

ABSTRACT

This article aims to present a reflection on the importance of teacher education as a reflection of the education we want for the 21st century. Many are the demands that enter the educational scene today, mobilized by economic, social, cultural and technological transformations. The educator today needs to be a potential researcher, assuming his training in a constant constructive process, since the teaching practice needs to reach increasingly challenging levels of motivation and quality in the classroom, including everyone, respecting the individuality of each one, taking into account that the differences have never been as sharp as now. Keywords: Training, Educator, Learning, Practice.

 

 

INTRODUÇAO

No campo educacional muito se tem discutido sobre a formação do educador e o ensino aprendizagem dos alunos. Sabemos que muitos são os desafios que se colocam ao cenário educativo para o século XXI, desafios esses que passam pela formação do educador.

A educação é um direito constitucional é como um passaporte para a cidadania. No Brasil já podemos dizer que garantimos o acesso, no entanto, quanto à garantia de qualidade e eficiência ainda temos um longo caminho a percorrer.

Vista desta forma a educação se constitui em um processo e assim sujeita as transformações, modificações, inovações e tendências decorrentes do percurso histórico que reflete socialmente e culturalmente as exigências do contexto vigente.

Já que visa a cidadania a escola precisa oportunizar aos alunos acesso ao conhecimento, ou seja, aos saberes sistematizados socialmente, incluindo a todos, garantindo qualidade educacional. Ao educador compete motivar e promover a aprendizagem de seus alunos, atuando como mediador, nesse processo.  E como isso é feito, faz toda a diferença. Portanto o educador e sua formação precisam ser foco de atenção.

Rubem Alves em uma de suas abordagens faz a seguinte comparação: de que vale uma cozinha moderna e equipada, se não temos um cozinheiro à altura. Da mesma pode-se dizer da escola de nada vale uma escola moderna e com estrutura adequada para atender os alunos, se não tivermos um professor à altura. Como dizia Rubem Alves, em seu texto, um bom cozinheiro faz boa comida até em panelas velhas (ALVES, 1994).

Como podemos perceber muitas são as questões que se colocam para a educação do século XXI, para o educador e em consequência para sua formação. O contexto social vigente exige um perfil de educador que consiga aliar conhecimentos teóricos e práticos de forma a despertar e envolver os alunos para a aprendizagem significativa, atendendo as especificidades de uma sala de aula de modo à contemplar as necessidades individuais de seu alunado.

A FORMAÇÃO PERMANENTE DO EDUCADOR

A educação no atual contexto vem passando por momentos de grandes desafios e indecisões. O século XX se destacou pelo discurso da democratização do acesso à Educação Básica, amplamente discutida no cenário mundial. A questão do acesso de crianças, jovens e adultos à escolaridade básica, pode-se dizer que foi quase que solucionada. Já no século XXI percebemos um discurso que tem o educador como centro das atenções e em consequência sua formação.

Essas novas exigências impostas a nossa atual realidade contemporânea e as novas necessidades de formação de profissionais que incluam aprender a lidar com um mundo em constantes transformações, levaram os governos a propor, principalmente a partir da década de 1990, reformas educacionais que procuram colocar em sintonia o sistema educacional e as novas demandas de formação que advém destas transformações.

Para Torres (2000) e Aguiar (2000), levando em conta este contexto, a formação de professores em nível superior das séries iniciais passou a ser considerado elemento fundamental nas reformas educacionais implementadas, com vistas a atender a demanda de qualidade imposta à educação básica, já que o perfil de profissional exigido para atuar no atual cenário econômico, precisa estar conectado às exigências deste modelo econômico vigente.

A partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96 se deu início a uma nova fase nas discussões referentes à formação em nível Superior dos educadores das séries iniciais, prevendo, além de novos espaços de formação, a possibilidade de essa formação ser realizada por meio da educação á distancia.

Essa conexão exigida dos cursos de formação em nível superior com a realidade vigente impõe a preocupação quanto aos ajustes desses cursos enquanto capazes de formar profissionais capacitados, atualizados, criativos e competentes para atuar num mercado cada vez mais exigente e competitivo. E nesse sentido, o acadêmico do curso de Pedagogia, futuro educador, busca, em sua formação, subsídios para uma formação profissional que o torne competente em sua atuação, propiciando-lhe aceso aos saberes necessários, tanto em relação ao conteúdo, quanto a metodologia e a didática.

Nóvoa (2007) defende que a educação precisa estar centrada na aprendizagem do aluno. A escola na atualidade sofre com um excesso de atribuições, pois, a sociedade adentrou a instituição escolar e esta se encontra com enormes dificuldades para definir prioridades. No entanto, o autor afirma que: “Tudo é importante, desde que não se esqueça de que a prioridade primeira dos docentes é a aprendizagem dos alunos” (NÓVOA, 2007, p. 06).

Sobre a formação docente e os saberes necessários à prática pedagógica os estudos de Maurice Tardif (2004) vem contribuindo de forma decisiva para a compreensão da formação do educador na atualidade. Em seus estudos Tardif (2004), enfatiza que tanto a transmissão quanto à construção e discussões sobre o conhecimento são de responsabilidade da instituição escolar na contemporaneidade.

Dessa forma, o conhecimento precisa ser abordado de forma que todos compreendam e possam aplicá-lo na realidade cotidiana, proporcionando melhoria nas condições de vida e extensão de projetos. Se encontrando ai o ponto crucial, pois para atender esse desafio, precisamos de profissionais preparados para atuar, nesta realidade complexa que é uma sala de aula, por meio de ações concretas direcionadas a sua realidade.

Para Nóvoa (2007) “nada substitui o bom professor”, tendo em vista que um dos desafios a ser enfrentado no contexto educativo é a formação docente centrada na prática e na avaliação dessas práticas. As formações de professores ainda são de modo excessivo hora voltada para a teoria ou hora voltada para questão metodológica. Existe uma lacuna que precisa ser preenchida que é a reflexão sobre a prática, ou seja, além de saber é necessário saber como fazer (NÓVOA, 2007).

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Diante das demandas, sociais, culturais, tecnológicas e econômicas, colocadas diariamente ao cenário educativo e, em consequência, a prática docente, o ato de ensinar vem sofrendo transformações, requerendo do educador que este seja um potencial pesquisador, devendo estar em permanente processo de formação, ou seja, um eterno aprendiz.

Dentre as varias habilidades requeridas ao educador hoje, destaca-se a capacidade de refletir sobre sua própria prática, denominada de ação reflexiva, própria do professor pesquisador. Sendo necessário, para tanto, que o educador no, exercício de sua função, esteja sempre disposto a se auto avaliar, num processo continuo de construção de uma identidade própria, conduzindo sua forma de ser e estar no mundo enquanto docente.

 

REFERÊNCIAS

 

AGUIAR, M. A. Institutos Superiores de Educação na nova LDB. In ___ (Org.). LDB Interpretada: diversos olhares se intercruzam 4. ed. – São Paulo: Cortez, 2000.

ALVES, R. A alegria de ensinar. 3ª ed. São Paulo: ARS Poética Editora, 1994.

BRASIL. LDB. Lei de Diretrizes e bases da educação. Lei 9394/96. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso: 05 mai. 2018.

NÓVOA, A. (Org.). Vidas de professores. 2. Ed. Porto: Porto Ed., 2007.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 4 ed. RJ: Vozes, 2004.

TORRES, R. M. Melhorar a qualidade da educação básica? As estratégias do Banco Mundial. In: DE TOMMASI, L.; WARDE, M. J.; HADDAD, S. (Orgs.). O Banco Mundial e as Políticas Educacionais. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2000.

[1] Mestre de obras na construção civil, Graduado em matemática, Mestrando em Ciências da Educação. <sitonho1505@gmail.com>

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