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O Covid-19 também é perigoso para crianças e adolescentes

Instituição alerta que o isolamento social pode deixá-las expostas a situações ainda mais vulneráveis

A Childhood Brasil, instituição fundada há 20 anos pela Rainha Silvia da Suécia, lançou em maio, mês de conscientização ao combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, uma campanha para alertar sobre a situações de vulnerabilidade de meninos e meninas durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A mobilização do Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescente é realizada em 18 de maio, mas a organização decidiu reforçar a sua comunicação já desde o início do mês.

 

Criada pela World Childhood Foundation, a campanha foi adaptada pelos escritórios da instituição no Brasil, Suécia, Alemanha e Estados Unidos. O conceito “O Covid-19 também é perigoso para crianças e adolescentes” alerta que além do vírus em si, o isolamento social, medida importante recomendada por diversos governos, autoridades sanitárias e a Organização Mundial de Saúde (OMS) para contenção da propagação do coronavírus, pode deixar meninos e meninas expostos a situações  de maior vulnerabilidade.

 

A campanha orienta com dicas do que fazer neste momento de isolamento social. Para os adultos traz a importância de estarem mais presentes nas atividades cotidianas de meninos e meninas sob sua responsabilidade e orientá-los que a maioria das regras que se aplicam na vida real, com relação a proteção e segurança, também valem para o ambiente digital. Para crianças e adolescentes  lembra que ninguém tem o direto de agredir fisicamente ou verbalmente em casa, no ambiente on-line ou em qualquer outro lugar, e conversar com um adulto de confiança e denunciar é um dos caminhos para a autoproteção. No site da organização se encontram mais dicas do que fazer e uma lista dos canais de denúncia disponíveis.

 

A Childhood Brasil sabe que interrupções na escola e na vida cotidiana de crianças e adolescentes, fazendo com que percam o contato com adultos protetores  aumentando sensivelmente o tempo que passam on-line, e o possível aumentos das tensões nas relações intrafamiliares em virtude do estresse, podem levar ao aumento da violência doméstica, aliciamento (contato através de meios digitais com crianças e adolescentes para fins sexuais) e maior disseminação de material sexual envolvendo meninas e meninos.

 

“Ainda é um tabu falar de violência sexual de crianças e adolescentes, e acreditamos que é nosso papel como organização, que luta contra isso há 20 anos, dar luz e levar o assunto para a ‘rua’. A mobilização do Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescente é realizada em 18 de maio, mas queremos que ela ajude a promover a conscientização sobre a causa. É preciso falar do que esta acontecendo e poder orientar pais, cuidadores e as crianças e, assim, mudarmos esta realidade que é uma das piores violações de direitos humanos contra as nossas crianças e adolescentes”, explica Roberta Rivellino, presidente da Childhood Brasil.

Dicas de como proteger crianças e adolescentes da violência sexual durante a pandemia

Previna, essa é a melhor forma de proteger crianças e adolescentes;

Dialogue de forma franca e sincera sobre as partes íntimas do corpo e privacidade. E reforce que a criança ou adolescente pode e deve dizer NÃO quando quiser;

Oriente as crianças e adolescentes sobre quais são as situações de risco e como ela pode se proteger;

Explique para a criança ou adolescente que “segredos” não são uma coisa boa;

Fale para crianças e adolescentes que elas devem escolher um adulto em quem confiem e se sintam seguras para falar sobre questões e situações que não as deixam confortáveis.

 

Como agir em casos de violência sexual contra crianças e adolescentes?

Se você SUSPEITAR que uma criança ou adolescente está sendo vítima de violências, denuncie. Os canais são: Disque 100 / Ligue 180 / APP Direitos Humanos BR /Delegacia On-Line;

Se você PRESENCIAR ou TESTEMUNHAR uma situação de violência contra criança ou adolescente chame a polícia militar (ligue 190).

Se você IDENTIFICAR um caso de violência on-line envolvendo uma criança ou adolescente, denuncie. Os canais são: Safernet / APP Direitos Humanos BR / Delegacia On-Line.

 

Veja dicas de como lidar com crianças e adolescentes em casa durante a quarentena

Construa com a criança ou adolescente as regras de convivência em família;

Estabeleça uma rotina diária, mas lembre-se de ser flexível;

Inclua o tempo de brincar, ler, ver televisão e usar a internet;

Busque assistir programas com conteúdo educativo e aproveite para melhorar o diálogo com a criança ou adolescente;

Resgate brincadeiras lúdicas e manuais (desenho, pintura, entre outros) adequados a cada faixa etária:

Inclua exercícios na rotina;

Em idade escolar, organize e acompanhe a rotina indicada pela escola;

Aprenda sobre redes sociais, internet e novos gadgets com as crianças e adolescentes;

Tenha um tempo específico para cada criança ou adolescente da família;

Elogie e oriente seus filhos de forma positiva.

 

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