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Decolonialidade e perspectiva negra

Weverton Freitas Nascimento[1]

Resumo: Esta resenha tem por objetivo explanar sobre o artigo dos autores Joaze e Grosfoguel- Decolonialidade e perspectiva negra. Com base em reflexões nas narrativas importantes da escrita dos professores, na qual eles abordam e desenvolvem a temática da desconstrução do pensamento colonial. Assim, possibilitando a resistência a todo processo hegemônico e de dominação eurocêntrico. Desse modo, a leitura buscou o entendimento mais abrangente, como meio de descolonizar o pensamento.

Palavra-chave: Decolonialidade. Racismo. Perspectiva negra. Colonialidade.

Abstract: His review has the goal to explain the article produced by the authors Joaze and Grosfoguel – Decoloniality and Black Perspective. Based on reflections about important narratives of teachers’ writing, where they approach and develop the theme of the deconstruction of colonial thought. So, makin possible resistance to any hegemonic process and eurocentric domination. Thus, reading sought a more comprehensive understanding, as a means of decolonizing thought.

Keyword: Decoloniality. Racism. Black perspective. coloniality.

No artigo nomeado de Decolonialidade e Perspectiva Negra, os autores Joaze Bernardino-Costa, professor, escritor e sociólogo e Ramón Grosfoguel, escritor, professor e sociólogo abordaram de forma sucinta o tema do projeto decolonial, que estabelece diferenças e desigualdades entre os povos. Os autores apresentam fatos e argumentos acerca do tema pós-colonialíssimo que intelectuais dos países emergentes estavam residentes nos setores de conhecimentos da cultura, de língua inglesa, nos centros de estudos ingleses e mais adiante nas universidades norte-americanas. Em decorrência do pós período colonial, a língua inglesa é um local de movimentação em terras de origens anglo-saxões[2].

Os escritores do artigo seguem o procedimento de citações de vários pensadores com conhecimento especifico sobre Decolonialidade[3], e ao decorrer do texto conceituam sobre o tema. Eles descrevem que os homens que foram consumidos pela colonização foram submetidos à mão de obra e as mulheres usadas e exploradas para o prazer e desejo sexuais dos detentores do poder.

Costa e Grosfoguel (2016) afirmam que:

A decolonialidade, como falamos acima, não se constitui num projeto acadêmico que obrigaria aqueles que adotassem a citar seus autores e conceitos chaves, nem se constitui numa espécie universalismo abstrato […]. Caso isso ocorresse, estaríamos nos deparando com um novo colonialismo intelectual não mais na Europa, mas da América Latina. (COSTA E GROSFOGUEL, 2016. p.20).

As mulheres em especial as feministas negras alegam que o estudo do conhecimento dominador, disfarçado de isenção, geralmente é masculino e branco. Estas lutam contra o sistema duradouro do colonialismo e os pós colonialismo — nos quais, mantém toda estrutura patriarcal e branca, o momento de fala delas é quase nula ou inexistente nos meios de discussão e debates sobre a negação do colonialismo.

A representação da ideia decolonial para ser evidenciada tem que ter uma discussão entre os povos colonizados ou que tenham sofrido pela colonialidade. Segundo Costa e Grosfoguel (2016, p. 21): “Este projeto político-acadêmico da decolonialidade é o reconhecimento de múltiplas e heterogêneas diferenças coloniais, assim como as múltiplas e heterogêneas reações das populações e dos sujeitos subalternizados à colonialidade do poder

Os autores do artigo destacam pensadores negros e negras brasileiros que trabalham o tema em questão, como Lélia Gonzáles, Beatriz do Nascimento, Sueli Carneiro, Guerreiro Ramos, Abdias do Nascimento, Clóvis Moura com intervenção político-acadêmica, pensando na condição do negro da sociedade brasileira (Costa e Grosfoguel, 2016, p.20).

O artigo tem por intenção a motivação para novas e futuras gerações de estudiosos e estudiosas para o tema sobre o decolonialismo e a concepção negra, para possibilitar a incorporação com outros movimentos nas universidades americanas. Já no Brasil, os movimentos negros e indígenas podem ajudar na busca por soluções para os problemas que enfrentamos.

Este texto é de compreensão complexa, todavia de suma importância, pois trata da desconstrução do pensamento político do processo colonial, para abdicar de todos os preconceitos, de todas as afirmações que foram estruturadas ao longo do tempo e processo histórico, nos quais os sujeitos colonizados, foram explorados, violentados por anos, com abusos e tratados como subalternos, diminuídos, silenciados principalmente a mulher preta.

Referências

AVILA. M. A. Colonialidade e decolonialidade: você conhece esses conceitos?. Politize, 2021. Disponível em: <https://www.politize.com.br/colonialidade-e-decolonialidade/#:~:text=A%20decolonialidade%20%C3%A9%20considerado%20como,%C3%A0%20modernidade%20e%20ao%20capitalismo>. Acesso em 04 de fevereiro de 2022.

COSTA, J. B.; GROSFOGUEL, R. Decolonialidade e perspectiva negra. Brasília: Editora Revista Sociedade e Estado, 2016.

OS ANGLO-SAXÕES – história, cultura, sociedade, resumo. Aula zen, 2018. Disponível em: <https://aulazen.com/historia/os-anglo-saxoes-historia-cultura-sociedade-resumo/>. Acesso em 04 fevereiro 2022.


Weverton Freitas Nascimento

1 Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Uberlândia. Professor Especialista em Educação Física Escolar. E-mail: wevertonfn@hotmail.com

[2]Os anglo-saxões eram um povo que habitava a Grã-Bretanha a partir do quinto século. Eles compunham pessoas de tribos germânicas que migraram para a ilha da Europa continental, seus descendentes e grupos indígenas britânicos que adotaram alguns aspectos da cultura e da língua anglo-saxônicas.

[3] A decolonialidade é considerado como caminho para resistir e desconstruir padrões, conceitos e perspectivas impostas aos povos subalternizados durante todos esses anos, sendo também uma crítica direta à modernidade e ao capitalismo. 

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